A presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, Iriny Lopes (PT-ES), encaminhou nesta segunda-feira uma representação ao procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, pedindo providências sobre a denúncia de escuta que teria sido feita pelo governo do Espírito Santo em telefone da Rede Gazeta. Em encontro com o procurador-geral, que deve ocorrer nesta terça-feira, a deputada vai renovar o pedido de federalização das investigações do assassinato do juiz Alexandre Martins e entregará a ele um dossiê contendo documentos que comprovariam as interceptações telefônicas.
- Os CDs com as gravações se encontram em poder da Fenaj, que, acertadamente, tomou a decisão de não copiá-las. Vou sugerir ao procurador que ele requeira essas gravações que comprovam o crime - explicou a deputada.
A denúncia do "grampo" foi feita pela Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj), que recebeu documentos e CDs contendo gravações de conversas dos jornalistas com suas fontes, no exercício da profissão. As gravações foram autorizadas pelo desembargador do Tribunal de Justiça do Espírito Santo Pedro Valls Feu Rosa, como parte das investigações sobre o assassinato do juiz.
As conversas de jornalistas da Rede Gazeta foram gravadas por 30 dias com autorização da Justiça entre março e abril deste ano. O número interceptado pela Justiça pertence à Gazeta desde 2001. Trata-se de uma linha de telefonia celular ligada à central telefônica da empresa. Através dessa linha é possível ter acesso a todos os ramais de todos os veículos pertencente à rede: Rádio CBN, Rádio Gazeta AM, Gazeta Online, TV Gazeta, jornal "A Gazeta" e jornal "Notícia Agora". O aparelho utilizado para a gravação pertence ao governo do Espírito Santo e é chamado de "guardião".
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