A Comissão de Ética da Presidência (CEP) abriu processo contra o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, depois que ele admitiu nomeação de ministros em troca de votos no Congresso. A partir desta segunda-feira (20), Padilha terá um mês para prestar esclarecimentos. Em palestra a funcionários da Caixa no último dia 9, ele disse que o governo queria nomear um ministro técnico para a Saúde, mas acatou a indicação do PP, que em troca prometia fidelidade ao Planalto em votações.
“Quando começou a montagem do governo diziam ‘não, mas nós vamos, queremos nomear só ministros distinguidos na sua profissão em todo o Brasil, reconhecidos, os chamados notáveis’. Aí nós ensaiamos uma conversa de convidar um médico famoso em São Paulo, até se propagou, ele ia ser o ministro da Saúde”, declarou Padilha à época, em alusão ao médico Raul Cutait, que foi considerado um “notável” cotado para administrar o maior orçamento da Esplanada dos Ministérios. O ministro escolhido foi o deputado federal paranaense Ricardo Barros (PP).
“Aí nós fomos conversar com o PP. ‘Olha, o Ministério da Saúde é de vocês, mas nós gostaríamos de ter um ministro da Saúde’. Depois eles mandaram um recado por mim: ‘não, diz para o presidente que nosso notável é o deputado Ricardo Barros’. Eu fui lá falei com o presidente: ‘nós não temos alternativa’”, completou o chefe da Casa Civil.
A Comissão de Ética da Presidência abriu o processo contra Padilha após denúncia da liderança do PT na Câmara. O colegiado tem caráter consultivo, e a punição máxima é a recomendação de exoneração. O ministro da Casa Civil terá um mês para prestar esclarecimentos à CEP.
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