A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira (10) um projeto que regulamenta o uso de escutas telefônicas como meio de investigação. O projeto cria também mecanismos para inibir e punir o grampo ilegal. Como foi aprovado em caráter terminativo na CCJ, o projeto segue para a Câmara. Só haverá necessidade de votação no plenário do Senado caso seja apresentado recurso.
O projeto tenta tornar mais claras as normas para a concessão de autorizações judiciais para o uso de escutas telefônicas. Uma das principais mudanças é uma maior rigidez no prazo para essas autorizações. Atualmente, o pedido para escutas pode ser renovado por prazo indeterminado. Pela regulamentação, o grampo será autorizado por 60 dias e será necessária uma fundamentação para prorrogações, que não pode exceder o período de um ano.
Existe no projeto apenas uma exceção para a fixação do prazo. No caso de crimes permanentes, não há prazo máximo. Como exemplo desta exceção, o senador Jarbas Vasconcellos (PMDB-PE), autor do projeto, cita as ações do Primeiro Comando da Capital (PCC).
Pelo texto aprovado, passa a ser mais detalhada a forma como a autoridade policial pede a escuta telefônica. É preciso apontar indícios de crimes cometidos e a demonstração de que o grampo seria a única prova possível contra o suspeito.
O projeto estabelece penas de dois a cinco anos, além de multa, para quem realizar escuta ilegal. Se o crime for cometido por servidor público a pena pode chegar a até sete anos e seis meses.
Algumas emendas apresentadas ao projeto tornam crime também a oferta de serviço privado de interceptação telefônica, com pena de um a três anos, e a utilização indevida dos dados obtidos por meio de grampos, com pena de dois a quatro anos.
O projeto aprovado pela CCJ também cria um cadastro dos compradores de equipamentos de grampo, nos mesmos termos de outra proposta votada na Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado nesta quarta-feira.
O texto votado nesta quarta-feira no Senado foi negociado com o Ministério da Justiça, que já havia encaminhado, em abril, um projeto sobre o tema, que ainda tramita na Câmara. Segundo o secretário de assuntos legislativos do Ministério da Justiça, Pedro Abramovay, o texto aprovado pelo Senado passa a ser prioridade para o governo.
Ele acredita que o projeto atende às necessidades tecnológicas. Dentro da definição de grampo telefônico ficam atendidas também as transmissões de dados por aparelhos de telefone.
Eleições em 2025 serão decisivas na disputa entre esquerda e direita na América do Sul
Exército inaugura primeira unidade militar brasileira especializada em destruir tanques
Qual será a agenda econômica para 2025?
Desempenho fraco de alunos de escolas privadas em matemática expõe crise da educação no Brasil