O Conselho de Ética da Câmara notificou até o fim da tarde desta segunda-feira 51 dos 67 deputados que respondem a processo de cassação por suspeita de envolvimento com a máfia dos sanguessugas. Essa foi a terceira e última tentativa de notificar os parlamentares em seus gabinetes ou nas lideranças dos partidos. Os outros 16 serão notificados por edital, que será publicado na próxima quarta-feira no Diário da Câmara.

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Nesta segunda-feira foram notificados os deputados Ildeu Araújo (PP-SP), Junior Betão (PL-AC), Isaías Silvestre (PSB-MG), João Grandão (PT-MS), José Divino (sem partido-RJ), Neuton Lima (PTB-SP) e Maurício Rabelo (PL-TO). O Conselho começou a notificar os parlamentares no dia 29.

A possibilidade de notificação por edital foi aprovada no dia 15 pela Mesa Diretora da Câmara devido à quantidade de citados pela CPI dos Sanguessugas. A demora na notificação beneficia os parlamentares e atrasa o andamento do processo por quebra de decoro parlamentar.

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Segundo o Regimento da Câmara, cada deputado tem o prazo de cinco sessões plenárias para apresentar defesa preliminar ao Conselho. Os que já foram notificados até a semana passada têm agora o prazo de duas sessões, já que a Câmara realizou três sessões plenárias no esforço concentrado. Os que ainda não foram notificados têm o prazo inicial de cinco sessões.

A próxima reunião do Conselho de Ética foi marcada para o dia 3 de outubro, para os relatores decidirem os critérios de análise de cada processo. No total, a CPI dos Sanguessugas recomendou a investigação contra 69 deputados e três senadores que estariam envolvidos no esquema. Dois deputados renunciaram ao mandato na tentativa de escapar dos processos de cassação: Coriolano Sales (PFL-BA) e Marcelino Fraga (PMDB-ES).

O esquema do superfaturamento de ambulâncias, supostamente comandado pelo grupo Planan, movimentou em torno de R$ 192 milhões, em cinco anos. Cerca de R$ 12,8 milhões teriam sido destinados aos parlamentares ou prefeitos.