O Conselho de Ética da Câmara deve aprovar nesta terça-feira por ampla vantagem o relatório que pede a cassação do mandato do paranaense José Janene, ex-líder da bancada do PP, último dos 19 deputados acusados de envolvimento com o mensalão a ser julgado.
Apontado como tendo recebido R$ 4,1 milhões do esquema montado pelo PT e o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, Janene só perde o mandato caso o plenário da Casa ratifique, em votação secreta, o parecer do Conselho. Essa votação ainda não tem data para acontecer.
O relator do caso, Jairo Carneiro (PFL-BA), afirma ter ficado claro que Janene foi beneficiário de dinheiro do esquema. O pefelista classificou a conduta do deputado de "indecorosa" e seu comportamento de "antiético".
Tendência
A tendência é que apenas os dois pepistas do Conselho, entre 15 integrantes, votem pela absolvição. Até agora, apenas três deputados foram cassados pela Câmara Roberto Jefferson (PTB-RJ), José Dirceu (PT-SP) e Pedro Corrêa (PP-PE). Quatro congressistas renunciaram para escapar ao processo e 11 foram absolvidos pelo plenário da Casa.
Janene nega ter recebido o dinheiro. Sua defesa se baseia na afirmação de que sua única responsabilidade foi intermediar o repasse de R$ 700 mil do PT para pagamento do advogado de Ronivon Santiago (PP-AC), ex-deputado que enfrenta, entre outros, processos por crime eleitoral.
A tramitação do processo contra Janene foi adiada sucessivas vezes. Portador de uma cardiopatia grave, ele tentou ser aposentado pela Câmara e ficou muito tempo licenciado.
Como não conseguiu o que pleiteava, reassumiu o mandato na semana passada.
Em determinado momento do processo, ele chegou a anunciar que se desfiliaria do PP, como prova de que não pretenderia mais se reeleger.
Ofício com essa intenção foi encaminhado à direção nacional do partido. No entanto, a direção do PP no Paraná diz desconhecer a desfiliação.
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