O corregedor da Câmara, deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), afirmou que será rigoroso na apuração das denúncias contra a deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF).
Ela aparece em vídeo divulgado pelo site do jornal "O Estado de S. Paulo", junto com o marido, Manoel Neto, recebendo R$ 50 mil de Durval Barbosa, pivô do escândalo do chamado "mensalão do DEM" do Distrito Federal.
O deputado, que está fora do país, informou que precisa ser provocado para tomar providências.
"De acordo com o Regimento Interno da Câmara dos Deputados, cabe à Corregedoria se manifestar quando provocada por denúncia formal envolvendo parlamentares em casos de quebra de decoro".
O PSOL já informou que pedirá à Corregedoria que investigue a deputada. O partido também solicitará nesta quarta (9) à Mesa Diretora da Câmara o afastamento de Jaqueline Roriz da Comissão Especial da Reforma Política.
Vídeo
O vídeo em que Jaqueline Roriz aparece recebendo o dinheiro não tem data, mas, segundo o site do jornal, foi gravado durante a campanha eleitoral de 2006. O local da entrega do dinheiro foi a sala de Durval Barbosa, delator do esquema. Na ocasião, ele era diretor da Companhia de Desenvolvimento do Planalto Central (Codeplan) durante o governo de Joaquim Roriz, pai da deputada.
No vídeo, Durval coloca sobre a mesa um maço de notas. Jaqueline, então deputada distrital, olha para o dinheiro, mas é o marido dela quem pega o pacote e coloca dentro de uma mochila. No vídeo, o casal reclama do valor recebido. "Rapaz, não é fácil ser candidato. Resolve isso para mim cara!", apela Neto.
O assessor da família Roriz, Paulo Fona, disse que ela não assistiu ao vídeo, que está viajando e só se manifestará depois do carnaval. "Ela não viu o vídeo e, se ela falar, vai ser depois do carnaval e depois de ver o vídeo", disse Fona.
O inquérito sobre o mensalão do DEM, um suposto esquema de corrupção que envolveu parlamentares, integrantes do governo e empresários no Distrito Federal, tramita sob sigilo no Superior Tribunal de Justiça desde novembro de 2009 e não envolve a deputada Jaqueline Roriz. Segundo a assessoria da Polícia Federal, o vídeo revelado não faz parte do conjunto de provas até então reunidas no inquérito.
Como deputada federal, Jaqueline tem prerrogativa de foro e só pode ser investigada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Cabe à Procuradoria Geral da República (PGR) decidir se solicita a abertura de inquérito ou envia o material ao STJ para ser juntado ao inquérito do mensalão do DEM. Na hipótese de passar a incluir a deputada, o inquérito pode ser todo transferido para o Supremo.
Jaqueline Roriz sempre negou envolvimento dela e do pai no esquema. Em discurso, em abril de 2010, chamou de "cara de pau" a deputada Eurides Brito, flagrada na mesma sala em que o marido de Jaqueline também aparece pegando o dinheiro. Eurides Brito foi cassada no ano passado pela Câmara Legislativa do Distrito Federal depois que um vídeo gravado por Barbosa mostrou a então deputada colocando dinheiro na bolsa. O advogado de Eurides Brito, Jackson Domênico, disse que ela não tem interesse em se manifestar sobre o assunto.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Ataque de Israel em Beirute deixa ao menos 11 mortos; líder do Hezbollah era alvo