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Os deputados da Câmara Legislativa do Distrito Federal adiaram para sexta-feira (29) a escolha do novo presidente da CPI da Corrupção. O cargo ficou vago depois que o deputado Alírio Neto (PPS) renunciou à presidência, pressionado por seu partido. O bloco PMDB-PPS, "dono" da indicação de Alírio, escolheu Geraldo Naves (DEM) para substituí-lo, já que Alírio era o único parlamentar do PPS e todos os parlamentares do PMDB na casa foram citados no inquérito que investiga o suposto esquema de corrupção no DF. Naves é amigo declarado do governador José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM).

Em 15 dias de funcionamento, a CPI da Corrupção, criada para investigar irregularidades no governo do DF, não ouviu depoimentos nem enviou pedidos de informação a empresas suspeitas de envolvimento no suposto esquema de distribuição de propina a aliados do governador. O esquema, conhecido como mensalão do DEM de Brasília, se tornou público no dia 27 de novembro, quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Caixa de Pandora.

Durante a sessão da CPI desta quinta, o deputado Geraldo Naves leu um ato de repúdio assinado por deputados governistas contra o presidente interino da Câmara dos Deputados, Cabo Patrício. Os deputados pró-Arruda criticaram o fato de Patrício ter encerrado a sessão plenária na quarta-feira (27) antes de realizar a votação que definiria o novo presidente da CPI.

Durante a sessão de quarta, Patrício leu uma nota publicada no blog do jornalista Ricardo Noblat, segundo a qual interessados em manter Arruda no governo do DF teriam oferecido R$ 4 milhões para que deputados governistas votassem a favor do governador nos processos de impeachment. Depois de uma discussão gerada pela leitura da reportagem, Patrício decidiu suspender a sessão.

Na nota de repúdio lida nesta quinta, deputados da base aliada pedem que Patrício deixe a presidência da Câmara. Segundo a nota, ele não teria "legitimidade" para comandar a Casa Legislativa já que teria ignorado as manifestações dos deputados e exposto a Câmara ao permitir a invasão do plenário por estudantes que pediam a renúncia de Arruda.

Ainda durante a sessão desta quinta, a deputada Eliana Pedrosa (DEM), pediu desligamento da CPI em prol do "princípio da proporcionalidade". Ela defendeu que a comissão terá mais legitimidade se abrir espaço para um membro de outro partido, já que com a entrada de Geraldo Naves, a CPI ficaria com dois parlamentares do DEM. O parlamentar que ocupará a vaga de Pedrosa ainda não foi indicado.

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