A terceira reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Pedágio, realizada na manhã desta terça-feira (6), na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), foi marcada por denúncias de que representantes de concessionárias de pedágios do Paraná estariam "infiltrados" nos encontros e por um pedido para que do ex-governador Jaime Lerner deponha à CPI.
O deputado Cleiton Kielse (PMDB), que substituiu Artagão Jr (PMDB) na reunião, afirmou que os encontros dos deputados estão sendo acompanhados de perto pelos maiores interessados em que "a CPI não vá para a frente". "Infiltrados das concessionárias estão acompanhando permanentemente as sessões. Eles têm gente aqui fazendo isso, pois teremos decisões que vão influenciar em toda a economia do estado", diz.
Kielse afirmou ainda que teve seu carro seguido por pessoas desconhecidas e acredita serem interessados em desconstituir a CPI. O deputado também solicitou a quebra imediata de sigilo fiscal, bancário e telefônico das seis concessionárias que administram as rodovias do Paraná por um período de 15 anos anteriores para apurar irregularidades nos contratos. O requerimento da quebra de sigilo deve ser votado na próxima reunião da CPI.
Esclarecimentos a Lerner
Já o deputado Tercílio Turini (MD) apresentou um requerimento subscrito pelo deputado Alceu Maron Filho (PSDB) solicitando a colaboração de diversas entidades nas investigações conduzidas pela comissão. Ele pediu, ainda, que o ex-governador Jaime Lerner, que implantou os pedágios no Estado, seja ouvido pelos deputados. A solicitação também deve ser analisada e votada no próximo encontro da CPI.
Diante dos apontamentos feitos pelo colunista Celso Nascimento, nas edições da Gazeta do Povo de domingo (04) e desta terça, de que o site da CPI não está hospedado no portal oficial da Assembleia, o presidente da Comissão deputado Nelson Luersen (PDT), esclareceu que, se dependesse da Casa, a página demoraria 60 dias para ser colocada no ar. "Nós nos precipitamos, houve uma ingenuidade da nossa parte. Como somos leigos no assunto, não nos ativemos ao fato de quem deveria desenvolver a página é a Assembleia", afirmou.
Segundo Luersen, a página foi desenvolvida por um funcionário de carreira da Casa e registrada no nome de uma empresa já extinta. O serviço, segundo o deputado, não gerou gastos públicos. Ainda conforme Luersen, nos próximos dias a situação deve ser regularizada e a página deve ser transferida para o domínio da Alep.