A CPI dos Bingos deve pedir, em seu relatório final, o indiciamento do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci pelos crimes de violação de sigilo funcional e falso testemunho. Após o depoimento prestado pelo ex-presidente da Caixa Jorge Mattoso à Polícia Federal, em que ele confessou a participação na quebra ilegal do sigilo bancário do caseiro Francenildo Santos Costa e revelou ter entregue uma cópia do extrato a Palocci, o pedido de indiciamento do ex-ministro é quase inevitável, conforme adiantou o relator Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN).

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- A situação está caminhando para o indiciamento de Palocci. Estou compenetrado em fazer isso. Agora, sua situação complicou bastante - disse Garibaldi.

O pedido de indiciamento de Mattoso, por sua vez, já havia sido aprovado no relatório parcial da CPI dos Bingos sobre a renovação do contrato da Caixa com a multinacional Gtech. A convocação de ex-presidente da Caixa para depor deve ser votada nesta quarta-feira pela CPI.

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Com a queda de Palocci do Ministério da Fazenda, a oposição deve centrar fogo agora no presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, para tentar atingir o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Novo alvo da oposição, Okamotto é amigo de Lula e pagou uma dívida de R$ 29 mil do presidente com o PT.

- Não é uma demissão que vai encerrar o caso da acintosa quebra de sigilo. O que está em jogo é a credibilidade das instituições do país. O assunto não está encerrado. Tanto no caso de Okamoto, quanto de Francenildo - disse o líder do PFL, senador Agripino Maia (RN).

A oposição também começa a cobrar pela punição penal do ex-ministro da Fazenda e do ex-presidente da Caixa pela violação do sigilo do caseiro.

- Houve um crime praticado dentro do governo por altas autoridades que foram escolhidas pelo presidente da República. Um crime de que deve ser penalizado. O presidente é o grande responsável, porque escolheu mal seus assessores. É a última peça desse esquema, que espero que caia no próximo dia 1º de outubro - disse o presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC).

Da tribuna, o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), lamentou que justamente o governo de um sindicalista tenha ido tão longe, valendo-se do aparato do Estado para perseguir um caseiro que denunciou o ministro da Fazenda.

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- Até onde eles chegariam se fosse algo mais grave do que uma mentira do ministro? Ao assassinato? - indagou Virgílio, acrescentando:

- Nem Fernando Collor agiu assim, caiu com dignidade formal, sem usar o Estado em sua defesa.