A CPI dos Grampos da Câmara rejeitou nesta quarta-feira (12) um requerimento pedindo a convocação do ex-deputado petista Luiz Eduardo Greenhalgh. Ele teve o nome envolvido na Operação Satiagraha da Polícia Federal e contou com os votos da base aliada para não ter de depor na comissão. Foram dez votos contra a convocação e quatro a favor.
Greenhalgh trabalhou como advogado do grupo Opportunity. Segundo o banqueiro Daniel Dantas, sócio do grupo, o ex-deputado fez o papel de negociador do grupo com os fundos de pensão que controlavam a empresa Brasil Telecom.
Uma gravação telefônica da Operação Satiagraha mostra o ex-deputado em uma conversa com o chefe de gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho. Greenhalgh pede a Carvalho que verifique se existe na Polícia Federal ou na Agência Brasileira de Inteligência alguma investigação contra Humberto Braz, braço-direito de Dantas. Carvalho retorna a ligação e diz que não há nenhuma investigação contra Braz na Abin.
Para o relator, deputado Nelson Pellegrino (PT-BA), a convocação não se justifica porque Greenhalgh foi apenas vítima de grampo. "Não considero que este requerimento tenha pertinência. Ele foi vitima de interceptação ilegal e não temos porque chamar todas as vítimas aqui".
O deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR) afirma que a convocação seria importante para esclarecer se houve irregularidade no contato entre Greenhalgh e Carvalho. "Trata de pedir informações a um ex-deputado que falou com o chefe de gabinete do presidente para tratar de um assunto privado. Isso não pode ser tratado como natural".
- Ministério Público entrega à Justiça alegações finais de processo contra Daniel Dantas
- PSDB pede ao MP que investigue atuação da PF e Abin
- Acesso da PF a documentos da Abin será limitado, diz Tarso Genro
- Celso Pitta pede na Justiça indenização de R$ 830 mil
- Hotel no centro de São Paulo foi usado como QG da Satiagraha
- Protógenes violou senhas para Abin fazer grampo, diz PF
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e apoiadores reagem a relatório da PF que indiciou 37. Assista ao Entrelinhas
Deputados da base governista pressionam Lira a arquivar anistia após indiciamento de Bolsonaro
Otan diz que uso de míssil experimental russo não vai dissuadir apoio à Ucrânia