Atualizada dia 08/06 às 18h49

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O detento Marcos Camacho, o Marcola, está sendo ouvido por integrantes da CPI do Tráfico de Armas no presídio de segurança máxima de Presidente Bernardes. De tênis prata, Marcola veste calça bege e camiseta branca, que é o uniforme do presídio, e está sendo ouvido numa sala pequena, com não mais de três metros de comprimento.

Algemado e sentado, Marcola evitou olhar para as câmeras de tevê e máquinas fotográficas dos jornalistas que registraram sua entrada na sala. Segundo os cinegrafistas, ele estava bastante contrariado.

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O depoimento será ouvido por nove deputados e sete técnicos da CPI. Eles chegaram a Presidente Bernardes por volta das 13h. Os deputados querem saber qual a ligação do criminoso com o crime organizado que determinou ataques terroristas a São Paulo em maio passado, a rota usada para o tráfico de armas e se Marcola negociou ou não com autoridades do governo paulista o fim dos ataques.

Marcola é apontado pela polícia paulista como chefe do crime organizado em São Paulo e mandante dos ataques de terror ao estado ocorridos entre 12 e 20 de maio.

No dia 14 de maio, dois dias depois do início dos ataques a São Paulo, a advogada Iracema Vasciaveo foi levada em avião do governo paulista até Presidente Bernardes, numa reunião com representantes da polícia e da Secretaria de Administração Penitenciária.

O governo paulista acabou confirmando a reunião depois de um dia inteiro desmentindo que ela tivesse ocorrido, mas nega que tenha feito a Marcola alguma concessão para que ele mandasse suspender os ataques.

Iracema Vasciaveo não é advogada oficial de Marcola. Ela integra uma ONG que, em teoria, defende o direito dos presos e de seus familiares. Ao comentar sobre o uso do avião oficial, Iracema disse que foi 'um gesto de boa vontade' do governo paulista.

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Os deputados foram a Presidente Bernardes sob forte esquema de segurança. Policiais federais e militares, armados com metralhadoras e fuzis, fizeram a segurança do Aeroporto de Presidente Prudente, a 565 km da capital paulista, onde eles desembarcaram. Uma viatura da Polícia Federal chegou a ficar parada na posta do aeroporto. Marcola está detido em Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), que mantém o preso em cela individual e sem contato com o mundo externo.