Viaturas da PF na sede da CR Almeida.| Foto: Lineu Filho/Tribuna

A Polícia Federal (PF) cumpre mandados judiciais na sede da CR Almeida em Curitiba e na Construtora Ivaí Engenharia, também na capital paranaense, segundo apurou a Gazeta do Povo, dentro da Operação “O Recebedor”. Resultado de desdobramento da Lava Jato , a operação tem como base informações colhidas em um depoimento de delação premiada e acordos de leniência que apontaram pagamento de propina para a construção de ferrovias Norte-Sul e Integração Leste-Oeste.

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A reportagem entrou em contato com a CR Almeida. No final da tarde, a empresa divulgou uma nota oficial em que afirma que não vai se manifestar sobre o assunto neste momento, por não ter conhecimento “do teor da investigação que levou agentes da Polícia Federal ao seu escritório”. A empresa esclareceu ainda que “atendeu todas as solicitações dos policiais e está à disposição das autoridades”.

A empresa Ivaí também foi procurada pela reportagem e informou que deve se manifestar posteriormente. Até as 18h30, porém, não houve contato.

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Em 2015, O Ministério Público Federal (MPF) pediu o ressarcimento de R$ 127,8 milhões e a anulação de contrato firmado em 2006 pela Valec Engenharia S.A e a CR Almeida S.A para obra da Ferrovia Norte-Sul em Tocantins por suspeito de superfaturamento e fraude à licitação no lote sete do empreendimento. O contrato foi firmado em 2006 pela empresa pública Valec Engenharia, Construções e Ferrovias S/A.

Apuração pelo Brasil

As investigações também revelaram prática de cartel e lavagem de dinheiro ilícitos obtidos por meio de superfaturamento de obras públicas.Somente no estado de Goiás, sede da operação desta sexta (26), foi comprovado desvio de mais de R$ 630 milhões, de acordo com a PF.

Ao todo, 51 mandados foram autorizados: sete de condução coercitiva e 44 de busca.Os mandados estão sendo cumpridos no Maranhão, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal e também no Paraná. A PF não revelou ainda em quais cidades paranaenses há cumprimento de mandados.

De acordo com a Polícia Federal, foi possível concluir até agora que as empreiteiras realizavam pagamentos regulares, por meio de contratos simulados, a um escritório de advocacia e mais duas empresas sediadas no estado de Goiás, utilizadas como fachada para maquiar origem lícita para o dinheiro proveniente de fraudes em licitações públicas.

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Alvos

Entre os alvos de busca e apreensão estão a sede da Odebrecht, no Rio de Janeiro, a da Constran, em São Paulo. A Polícia Federal e o Ministério Público Federal de Goiás conduzem a operação.

Na capital paulista, policiais estão na sede da Constran e na casa de um ex-funcionário da Serveng, empresa que atua nas áreas de engenharia e construção, mineração e energia.

O nome da operação faz referência à defesa apresentada por um dos alvos em uma investigação anterior intitulada “Trem Pagador”, na qual seus advogados alegaram que “se o trem era pagador, o alvo não fora o recebedor”.

Os envolvidos devem responder por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

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Histórico

Em dezembro, a PF fez a primeira operação resultado de investigações da Lava Jato, a Crátons, que teve como foco a extração e comercialização ilegal de diamantes em terras dos índios cinta-larga, em Rondônia. A Lava Jato investiga esquema de corrupção na Petrobras.