Um dia após ser o porta-voz de 20 senadores que fizeram um documento com sugestões para o presidente do Senado, senador José Sarney (PMDB-AP), enfrentar a crise institucional da Casa, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), disse nesta-sexta-feira (19) não saber sobre as novas providências de Sarney para enfrentar novas denúncias dos atos secretos no Senado.
Ao ser questionado pelos jornalistas sobre as a nova sindicância criada por Sarney para investigar as declarações do chefe do serviço de publicação do boletim de pessoal do Senado, Franklin Albuquerque Paes Landim, que revelou à Folha de S. Paulo que recebia ordens para não publicar algumas decisões da mesa diretora do Senado, Buarque disse que não tomou conhecimento das declarações. "Eu não vi a fala do presidente Sarney", disse.
Os jornalistas insistiram e perguntaram se ele tinha tomado conhecimento das medidas ao longo do dia e o senador repetiu: "não, nem sei o que ele disse".
Após ser informado pelas medidas, Cristovam elogiou a postura de Sarney. "Acho extremamente positivo que o presidente Sarney tenha procurado técnicos de fora para analisar essas questões que estão sob suspeita no Senado. Acho muito positivo que ele tenha procurado criar também um site com informações do Senado", disse.
Após as novas denúncias de que havia um esquema para esconder determinadas decisões da mesa diretora, Sarney concedeu uma entrevista coletiva nesta sexta-feira anunciando a criação de uma nova comissão de sindicância para apurar essas denúncias. Dessa vez, o presidente do Senado disse que a comissão será auxiliada pelo Ministério Público e pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Além disso, ele afirmou que será criado um portal da transparência no Senado para divulgar as ações administrativas da Casa na web.
Diretor-Geral
Apesar de apoiar as decisões de Sarney, mesmo sem conhecê-las, Buarque disse que ele precisa acatar a sugestão de substituir o atual diretor-geral do Senado, Alexandre Gazzineo.
"No nosso documento está o pedido de saída do diretor-geral e que o próximo diretor seja discutido no Senado, que seja aprovado pelo Senado. Se o presidente quiser indicar o atual diretor para que o plenário do Senado analise, eu acho que até poderia ser. Mas ele simplesmente recusar isso não está atendendo a sugestão dos senadores", disse.
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