Informado em “tempo real” sobre a entrevista coletiva da bancada do PSDB anunciando rompimento na manhã desta quinta-feira (12), o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), descarregou sua fúria sobre o vice-líder da bancada tucana, Nilson Leitão (MT).
Segundo testemunhas que presenciaram o encontro com o tucano, Cunha chamou o PSDB de “ingrato” e disse que a oposição jogou fora a oportunidade de ver aberto o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Leitão se encontrou com o peemedebista logo que o líder da bancada, Carlos Sampaio (SP), formalizou a intenção de pedir em plenário seu afastamento.
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Leia a matéria completaO vice-líder foi conversar com Cunha sobre a instalação da CPI da Funai, mas logo que abriu a porta foi “metralhado” com uma série de adjetivos negativos. Segundo as testemunhas, Leitão ouviu as reclamações e disse que ele deveria procurar o líder Sampaio. Na avaliação de Cunha, os tucanos foram ingratos porque a oposição nunca ganhou tanto protagonismo numa legislatura como agora.
A oposição foi contemplada com espaço na Mesa Diretora, com funções de destaques nas CPIs, com votações de interesse das bancadas oposicionistas e com um amplo palanque no plenário para atacar e derrotar o governo. Aliados de Cunha disseram que o peemedebista ficou “enfurecido” e “revoltado” com a postura do PSDB.
“O Eduardo Cunha reagiu com indignação. Achou um absurdo”, revelou o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP). Paulinho disse que no almoço de terça-feira com o peemedebista, o PSDB teve uma postura diferente da anunciada nesta quarta. Agora ele já não sabe se Cunha anunciará mesmo nesta semana um novo rito para o processo de impeachment, como havia prometido. “Acho que foi mal [a ruptura] porque, no meu ponto de vista, abriram mão do impeachment. Jogaram o Cunha no colo do PT”, avaliou Paulinho.
Os oposicionistas estavam insatisfeitos com a postura ambígua de Cunha sobre a abertura do processo contra Dilma. Segundo líderes de oposição, toda semana o peemedebista vinha apenas dando sinais de que poderia deferir o pedido de afastamento de Dilma, mas não dava um passo firme em direção a isso. “Ele sempre acena com a possibilidade”, contou um oposicionista reclamando da “enrolação” do presidente da Câmara.
“O Cunha estava escolhendo o melhor caminho para se salvar. Chega na hora do Cunha decidir e o PSDB pula do barco? Entrega ele ao PT?”, criticou um deputado próximo do peemedebista.
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