A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a APP-Sindicato, que representa os professores da rede estadual, fizeram um ato no Centro Cívico na manhã desta sexta-feira (1º). A concentração foi na Praça 19 de Dezembro e os manifestantes caminharam até o Palácio Iguaçu, onde iniciaram uma manifestação perto do meio-dia contra a violência empregada na última semana pelo governo do estado, quando os professores fizeram protestos contra a aprovação de mudanças na ParanáPrevidência.
- Em novo dia de protestos, Richa sanciona a lei da Paranaprevidência
- Manifestação de quarta teve recorde de feridos
- Especialistas questionam uso desmedido de balas de borracha
- Para tucanos, faltou ‘habilidade política’ a Richa em protesto
Quase todas as pessoas vestiam preto, em luto pelo confronto de quarta-feira, segundo a APP. A pauta da manifestação também englobava a oposição ao projeto de lei da terceirização. Cruzes com as imagens dos deputados que votaram a favor das mudanças na previdência estadual foram carregadas no protesto.
Prevista para sair às 10 horas, a passeata atrasou porque o motorista contratado para conduzir o carro de som do sindicato se recusou a ir até o Centro Cívico. Os manifestantes tiveram de esperar por outro veículo,que vinha de um encontro da CUT na Vila São Pedro. A caminhada começou às 11h, com o acompanhamento de poucos policiais. No caminho, os participantes cantaram contra o que eles descreveram como a “ditadura de Beto, Traiano e Francischini” e perguntaram: “Por que não precisa de polícia hoje?”.
Ao chegarem ao Palácio Iguaçu, eles desceram as bandeiras do Brasil e do Paraná a meio mastro. A água do chafariz em frente ao palácio foi tingida de vermelho, para lembrar a violência envolvida na contenção dos protestos da última semana.
O ato contou com a participação de Luciana Genro, que foi candidata à Presidência pelo PSOL nas últimas eleições, para começar a passeata. “Meu plano era passar o primeiro de maio no Rio Grande do Sul”, disse Luciana Genro. “Mas diante da repressão que assistimos na luta dos professores, senti a obrigação de vir prestar solidariedade e demonstrar repúdio ao governo Beto Richa.” Para ela, um governo que precisa cercar a Assembleia Legislativa demostra fraqueza política.
“Este ato é uma resposta ao governo. As pessoas agredidas continuam nas ruas, enquanto os responsáveis pela agressão estão guardados no palácio”, disse o deputado estadual Tadeu Veneri (PT).
A professora Daiana Santurion levou a filha, de cinco anos, à manifestação. Ela conta que a criança “infelizmente” assistiu pela TV à violência empregada pelo governo e pela secretaria de segurança na última quarta-feira. “Queria que, hoje, ela tivesse uma lembrança mais positiva do Dia do Trabalho, por isso a trouxe para a mobilização em favor da educação e dos professores”, conta.
A designer de interiores Fernanda Rodrigues também acompanhou a marcha. “Era impossível ficar parada após ver os vídeos dos professores que me ensinaram sendo abatidos”, afirmou ela, referindo-se às cenas de violência da última quarta-feira.
Os sindicatos participantes convocaram os manifestantes para mais um ato na próxima semana, na terça-feira, dia 5, às 9 horas. Os sindicatos também querem fazer uma greve geral para evitar a aprovação do projeto que libera a terceirização de atividades-fim.
-
Osmar Terra explica como reverter decisão do STF sobre a maconha
-
Relação entre Lula e Milei se deteriora e enterra liderança do petista na América do Sul
-
O plano de Biden para tentar sair da crise: aparentar normalidade e focar em Trump
-
STF julga pontos que podem mudar a reforma da Previdência; ouça o podcast