O diretor-geral de Serviços Judiciários de Mônaco - que equivale ao ministro da Justiça -, Philippe Narminau, afirmou nesta segunda-feira (24) que a decisão sobre a extradição do ex-banqueiro Salvatore Cacciola deve sair até a metade de novembro.
Segundo Narminau, isso só acontecerá se o governo brasileiro apresentar a sentença de condenação traduzida para o francês dentro do prazo, que vence em 4 de outubro, próxima quinta-feira. O documento possibilitará a análise do pedido de extradição. Cacciola deve permanecer preso até a decisão.
O ministro da Justiça brasileiro, Tarso Genro, que chegou nesta segunda a Mônaco para discutir o caso com as autoridades de Mônaco, se comprometeu a entregar os documentos até o dia 3 de outubro, véspera do prazo final.
Genro entregou a Philippe Narminau e à procuradora-geral do Principado, Annie Brunet-Fuster, os principais trechos do processo judicial contra o ex-banqueiro Salvatore Cacciola. O ministro expressou ainda formalmente o desejo do governo brasileiro em extraditar o ex-banqueiro.
Condenado por fraude
O ministro da Justiça já avisou que irá "até o limite do possível dentro da lei" para extraditar o ex-banqueiro, condenado a 13 anos de prisão pelos crimes de desvio de dinheiro público e gestão fraudulenta no esquema em que teria se beneficiado de informações sigilosas sobre a desvalorização do real, em 1999, durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
A operação teria dado um prejuízo de mais de R$ 1,5 bilhão aos cofres públicos. Cacciola ficou preso no Brasil menos de 40 dias, mas fugiu para a Itália após conseguir um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal. De lá ele não pôde ser extraditado por ter cidadania italiana.
Prisão
No último dia 15 de setembro, Cacciola foi a Monte Carlo, no Principado de Mônaco, que faz fronteira com Itália e França. Ele se hospedou num hotel 5 estrelas e saiu para passear.
Só que os hotéis repassam automaticamente pela internet todos os dados dos hóspedes à polícia, e o nome de Salvatore Cacciola estava na lista de procurados da Interpol. Em uma praça, em frente ao famoso Cassino de Monte Carlo, Cacciola perdeu a liberdade.
Cacciola está em uma cadeia de segurança máxima com vista para o Mar Mediterrâneo, no complexo do palácio do Principado. Apesar do aparente glamour, o fugitivo número um da Justiça brasileira está num cubículo de 6 metros quadrados, sem TV nem geladeira.
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