José Eduardo Cardozo, ex-advogado-geral da União e advogado da presidente afastada Dilma Rousseff, protocolou um recurso nesta sexta-feira (3) contra a redução dos prazos dos trabalhos na comissão especial de impeachment no Senado. Outros três recursos também serão apresentados a Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), que atua como instância recursal nessa fase do processo.
“Por que tanta pressa irrazoável?”, criticou Cardozo, e completou: “Eu podia pedir para ouvir Vladimir Putin, Barack Obama. Não. Não quero procrastinar”.
Nesta quinta-feira, em sessão com bate-boca, foi proposto que a comissão acelerasse os trabalhos ao adotar prazos do Código Penal em vez do rito usado no impeachment do ex-presidente Fernando Collor, que estabelecia prazo de 15 dias corridos. Lewandowski - que agora também terá um recurso da parte da defesa, contra a proposta - decidirá sobre os prazos.
A defesa de Dilma Rousseff anunciou ainda que apresentará outros três recursos ao presidente do STF: retirar o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) da relatoria; impedir votação de requerimentos sem que a defesa manifeste-se; e incluir as gravações feitas por Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, ao processo de impeachment.
Também nesta quinta-feira, a comissão rejeitou a inclusão dos áudios feitos por Sérgio Machado. Dois deles custaram a demissão de dois ministros do governo interino no intervalo de uma semana: Romero Jucá (PMDB-RR), que saiu do Planejamento, e Fabiano Silveira, que pediu demissão da Transparência. Ambos criticaram a Lava-Jato.
Cardozo afirma estar sendo vítima de cerceamento e avalia que o julgamento pudesse ocorrer “tranquilamente” até setembro - dois meses antes do prazo máximo previsto. “Estão aniquilando nosso direito de defesa”, disse.
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