Responsável por denunciar o atuação do diretor da Polícia Legislativa para embaraçar as investigações da Operação Lava Jato, o policial legislativo Paulo Igor Bosco Silva contou à Polícia Federal (PF) que, em meados de 2014, soube que o diretor da Polícia Legislativa do Senado, Pedro Ricardo Araújo de Carvalho, passou a solicitar aos seus subordinados a realização de varreduras de captação ambiental não só em gabinetes do Senado, mas também em residências oficiais e particulares e nos escritórios políticos de senadores.
Pedro Carvalho e três subordinados dele, todos policiais legislativos, foram presos na sexta-feira (21) na Operação Métis, deflagrada por ordem da 10.ª Vara Federal em Brasília. Apenas o diretor da Polícia do Senado permanece preso. Ele faz novo depoimento à PF nesta segunda-feira (24).
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Leia a matéria completaDe acordo com Paulo Igor Bosco, sempre que surgiam notícias sobre o envolvimento de senadores em escândalos de corrupção havia a solicitação para a realização das varreduras.
Ainda em seu relato, o delator confirmou a varredura na casa de José Sarney (PMDB) quando este não ocupava mais cargo público e detalhou a ação de colegas para tentar evitar que a PF realizasse busca e apreensão na casa do senador Fernando Collor (PTB).
Paulo Igor Bosco, em um primeiro momento, detalhou três fatos aos investigadores. O primeiro caso informado foi sobre a solicitação de Pedro Ricardo, em julho de 2014, para que policiais legislativos realizassem varredura em endereços particulares do então senador Lobão Filho(PMDB).
No mês seguinte, outra ordem do diretor resultou em uma missão dos policiais até o estado do Maranhão para efetuar uma varredura nas linhas telefônicas da residência particular de Lobão Filho e em seu escritório político.
O segundo fato narra o pedido de Pedro Ricardo, em julho de 2015, para que os policiais realizassem o mesmo trabalho no escritório do ex-presidente José Sarney, localizado no setor hoteleiro norte, em Brasília.
A “ordem de missão” expedida por Pedro Ricardo não era numerada. O terceiro caso diz respeito a tentativa de Pedro Ricardo de “embaraçar” a realização da busca e apreensão na casa do senador Fernando Collor (PTB), durante uma das fases da Lava Jato, e a posterior varredura na “Casa da Dinda”, residência do senador e ex-presidente.
Dois meses depois do primeiro depoimento, em 16 de setembro, Bosco Silva fez um aditamento em sua denúncia para incluir o caso da senadora Gleisi Hoffman. Como complemento as informações fornecidas anteriormente, o policial detalhou a realização de varredura na residência particular da senadora, em Curitiba, dias após a Polícia Federal prender seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, e realizar buscas na residência.