O delegado seccional de Ribeirão Preto, Benedito Antônio Valencise, informou nesta segunda-feira que terminará o inquérito que apura supostas irregularidades no contrato de limpeza e varrição de lixo durante a segunda administração do ex-ministro da Fazenda, Antônio Palocci Filho, na Prefeitura de Ribeirão Preto, na próxima segunda-feira.
Segundo o delegado, existem provas de superfaturamento que podem ter causado prejuízos de R$ 30,7 milhões aos cofres públicos da cidade. Valencise deve denunciar nove pessoas, entre elas Palocci, que já foi indiciado pelos crimes de peculato, falsidade ideológica, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
- O relatório final está praticamente pronto. Falta apenas fazermos uma diligência e receber algumas informações da Receita Federal em relação a notas apreendidas na empresa Leão & Leão - disse o delegado.
Ele explicou que o inquérito não terminou antes porque os ex-diretores da Leão & Leão Luiz Cláudio Leão, Marcelo Franzine e Fernando Fischer entraram com pedido de hábeas-corpus no Fórum de Ribeirão Preto para não serem indiciados.
- Eles conseguiram, mas Donizete Rosa, que foi chefe de Governo de Palocci e de Gilberto Maggioni, também pediu hábeas-corpus, mas a Justiça negou e o juiz ainda diz no despacho que há provas contra ele. Existem provas contra todos porque o trabalho de investigação foi muito sério e não teve interferência de ninguém - salientou Valencise.
O advogado José Batochio, que defende Palocci, contradisse o delegado e afirmou que não existem provas contra o ex-ministro da Fazenda.
- Não existem sequer indícios de irregularidades contra Palocci. Está demonstrado que o contrato de limpeza é da gestão de Luiz Roberto Jábali (PSDB) e não de Palocci. Além do mais Ribeirão Preto tem uma autarquia que cuida da limpeza e do saneamento, o Daerp, (Departamento de Água e Esgoto de Ribeirão Preto) que, de acordo com a legislação, não sofre ingerência do prefeito e tem autonomia. Palocci assumiu a prefeitura em 2001 e o contrato estava em plena execução. Ele não teve participação em nada - garantiu o advogado.
Nesta segunda, o delegado da Polícia Federal Rodrigo Carneiro Gomes enviou à Justiça o inquérito que investiga a quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa. De acordo com o delegado, o ex-presidente da Caixa Jorge Mattoso e o jornalista Marcelo Netto, ex-assessor de imprensa de Palocci, apenas cumpriram as ordens do ex-ministro. Neste processo a PF indiciou Palocci por que quebra de sigilo funcional e bancário, prevaricação e denunciação caluniosa que podem resultar em penas de até 15 anos de prisão.
Deixe sua opinião