O deputado federal Alfredo Sirkis (PV-RJ), um dos principais aliados de Marina Silva, publicou nas redes sociais, na manhã desta sexta-feira (4), um texto com críticas à ex-senadora e líder da Rede, que teve o registro rejeitado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na noite de ontem.
"Marina é uma extraordinária líder popular, profundamente dedicada a uma causa da qual compartilhamos (...). Possui, no entanto, limitações, como todos nós. As vezes falha com operadora política, comete equívocos de avaliação estratégica e tática, cultiva um processo decisório ad hoc e caótico e acaba só conseguindo trabalhar direito com seus incondicionais. Reage mal a críticas e opiniões fortes discordantes e não estabelece alianças estratégicas com seus pares. Tem certas características dos líderes populistas embora deles se distinga por uma generosidade e uma pureza d'alma que em geral eles não têm", afirmou Sirkis.
Depois de protestar contra "a secular burocracia pombalina, o corporativismo estreito e a hipocrisia político cartorial" da maioria dos ministros do tribunal e de acusar o PT de agir contra a criação do novo partido, Sirkis disse que a Rede deveria ter se preparado melhor para enfrentar as resistências. "(...) Não ter entendido que o jogo seria assim e ter se precavido a tempo e horas foi uma das muitas auto complacências resultantes de uma mística de auto ilusão. Para ser direto em bom carioquês: demos mole", diz o deputado.
Sirkis lamenta ter que tomar uma decisão sobre seu futuro político em poucas horas e diz que a "diversidade ideológica" da Rede traria dificuldades para atuar como partido. "Não tenho mais idade nem paciência para fazer parte de séquitos incondicionais e discordei bastante de diversos movimentos que foram operados desde 2010. A saída do PV foi precipitada por uma tragédia de erros de parte a parte. Agora, ironicamente, ficamos a mercê de algum outro partido, possivelmente ainda pior do que o PV. Quanto à Rede, precisa ser vista de forma lúcida. Sua extrema diversidade ideológica faz dela um difícil partido para um dia governar. Funcionaria melhor como rede propriamente dita - o Brasil precisa de uma rede para a sustentabilidade, de fato - mas, nesse particular, querer se partido atrapalha", diz.
O deputado anuncia que manterá apoio a Marina, mas avisa que não abrirá mão das críticas. "Ficarei com Marina como candidata presidencial porque ela é a nossa voz para milhões de brasileiros, mas não esperem de mim a renúncia à lucidez e uma adesão mística incondicional, acrítica", afirmou Sirkis, que chamou sua manifestação de "sincericídio".
Explosões em Brasília reforçam tensão política e devem intensificar reação do STF
Barroso liga explosões no STF a atos de bolsonaristas e rechaça perdão pelo 8 de janeiro
Autor de explosões em Brasília anunciou atos nas redes sociais, se despediu e deixou recado à PF
Musk anuncia recrutamento de “superdotados” para o Departamento de Eficiência Governamental