Leia mais sobre o caso Renan
Caso Renan chama atenção de 34% da população, aponta pesquisa
Renan desiste de encontro oficial com Lula e diz que licença está fora de questão
O presidente do Conselho de Ética do Senado, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), disse nesta segunda-feira (1) que já fez o convite, e espera uma resposta positiva, para um parlamentar relatar as duas representações contra o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), ainda engavetadas. "Já fiz o convite e espero uma resposta ainda hoje. Mas acho que já tenho relator", afirmou Quintanilha.
Leomar Quintanilha, aliado de Renan, não quis informar o nome do escolhido. O G1 apurou que o novo relator deve ser do PMDB. O principal aliado de Renan no Conselho de Ética, Almeida Lima (PMDB-SE), era o mais cotado na semana passada, mas sofre resistências na oposição.
O presidente do Conselho de Ética não quer um relator da oposição, sob o argumento de que Democratas e PSDB são autores da representação número três, que acusa o presidente da Casa de utilizar-se de laranjas para manter sociedade em duas emissoras de rádio e em um jornal no estado de Alagoas.
O PT também pode ser a legenda do escolhido. No entanto, o partido se esquiva da relatoria por conta do eventual "estrago" que o caso pode provocar nas já estremecidas relações entre o PMDB de Renan e o partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Unificação dos processos
Quintanilha também confirmou que pedirá a unificação das duas representações que ainda não têm relatores. A número três, das emissoras de rádio, e a quarta, apresentada pelo PSOL, a partir da denúncia de que Renan comandaria um esquema de arrecadação de recursos em ministérios comandados pelo PMDB. A acusação é do advogado Bruno Lins, ex-marido de uma assessora do gabinete do presidente do Senado. Lins confirmou o conteúdo das denúncias em depoimento à Polícia Federal.
Para unificar os processos, no entanto, o peemedebista terá que contar com o apoio majoritário no Conselho de Ética. A oposição já se manifestou inúmeras vezes de forma contrária à unificação dos dois processos. No "script" da sessão do conselho, o presidente anunciará a decisão e, na seqüência, algum parlamentar de oposição apresentará recurso para que o plenário resolva o impasse.
Conforme a consultoria jurídica do Senado, a unificação das representações precisa do aval do representado (Renan Calheiros) e dos representantes (PSOL,Democratas e PSDB). Se o entendimento jurídico for levado em conta, as chances de unificação se tornam ainda mais remotas.
Investigação
O corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), anunciou que solicitará a criação de um grupo no Conselho de Ética para investigar, em Alagoas, as acusações contra Renan Calheiros (PMDB-AL).
De acordo com Tuma, o foco da comissão seria ouvir duas testemunhas ligadas à representação relativa a suposta sociedade do presidente com o usineiro João Lyra para a aquisição de duas emissoras de rádio e de um jornal em Alagoas. O senador alagoano nega às acusações.
Testemunhas
As testemunhas seriam o próprio João Lyra e Tito Uchôa, primo de Renan, acusado pelo usineiro de ser o principal laranja do senador em negócios suspeitos. "Temos que tentar de todo jeito. Primeiro ouvir o Uchôa e depois o Lyra. O próximo passo seria fazer uma acareação com o Renan", afirmou o corregedor.
João Lyra já prestou depoimento ao corregedor do Senado. Na ocasião, confirmou às denúncias contra Renan Calheiros. Lyra, aliás, somente falou à corregedoria no dia 16 de agosto sob a condição de que a oitiva acontecesse em Alagoas.
No caso de Uchôa, o corregedor disse que o primo do presidente da Casa estaria disposto a participar de uma acareação com João Lyra. Tuma avalia, no entanto, que a tarefa se torna "muito difícil" se o Senado quiser ouvi-lo em Brasília.
Outra testemunha em potencial é o empresário Nazário Pimentel. Ele era o dono de "O Jornal", veículo de comunicação supostamente adquirido pelo presidente da Casa.
A representação do caso das emissoras de rádio já está há 47 dias no Conselho de Ética.
Após denúncia ao STF, aliados de Bolsonaro ampliam mobilização por anistia no Congresso
Bolsonaro tinha esperança de fraude nas urnas, diz Cid na delação; veja vídeo na íntegra
Bolsonaro aposta em Trump para uma “virada de jogo” no Brasil; acompanhe o Sem Rodeios
Motor dá sinal de fervura, mas o presidente quer acelerar