O Diário Oficial da União da manhã desta terça-feira (19) veio recheado com a revanche do governo contra o deputado federal Alfredo Nascimento (PR-AM), com pelo menos cinco nomes ligados a ele exonerados do Ministério dos Transportes.
O diretor de RH da Valec, estatal de ferrovias, Mauro Fatureto, foi um dos que perdeu o cargo. Fatureto, que é Advogado da União, tinha sido exonerado do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em 2011 durante a chamada “faxina ética” do início do primeiro governo Dilma Rousseff. No início de 2015, Fatureto foi nomeado na Valec, a estatal de ferrovias, pelo deputado amazonense do PR, que foi ministro dos Transportes de Dilma e de Lula.
Nascimento, que perdeu o cargo em 2011 num escândalo de corrupção pelo qual depois nem chegou a ser denunciado formalmente, foi considerado um dos traidores do governo ao votar pelo impeachment da presidente neste domingo (17).
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Além de Fatureto, o Diário Oficial também trouxe a saída de dois aliados de Nascimento em cargos da extinta Rede Ferroviária Federal, Manoel Geraldo da Costa e Andrezza Katerine Barros. Também saíram o superintendente do Dnit no Amazonas, José Fábio Porto Galvão, e o coordenador-geral de Hidrovias da Amazônia, Wilson Wolter Filho. Outras exonerações deverão ocorrer na quarta-feira (19) na Empresa de Planejamento e Logística (EPL), órgão também ligado ao ministério.
Ministros
Dos ministros que saíram para votar na sessão da Câmara, voltaram Patrus Ananias (Desenvolvimento Agrário) e Marcelo Castro (Saúde). Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) e Mauro Lopes (Aviação) não foram nomeados novamente.
Mauro votou contra o governo e a própria presidente disse que ele estaria fora. Já Pansera, ligado ao PMDB do Rio de Janeiro, votou a favor da presidente, mas a ala fluminense do partido está sendo retaliada por ter entregue a maioria de seus votos aos opositores.
Também foi exonerado o ministro das Cidades, Gilberto Kassab, que havia pedido sua saída na sexta-feira (15) após seu partido decidir em maioria votar contra o governo.
Duas nomeações no ministério da Saúde, feitas pela presidência durante a crise, também foram tornadas sem efeito: Fábio Lopes Ramos (diretor de Logística) e Bruno Vilela Costa (diretor de programa da Secretaria Executiva).