A deputada distrital Eurides Brito (PMDB), famosa por ter sido flagrada em vídeo colocando na bolsa dinheiro de um suposto esquema de propina conhecido como mensalão do DEM de Brasília, ganhou nesta quarta-feira (10) pelo menos mais 13 dias para apresentar sua defesa.
A Comissão de Ética da Câmara Legislativa, onde corre o processo de quebra de decoro parlamentar contra ela, decidiu que o prazo será de 30 dias úteis não corridos, como inicialmente previstos. Segundo a Câmara, a medida foi tomada "por prudência."
Pelo antigo prazo, a data final de entrega da defesa de Eurides era 1º de abril; com o adiamento, o limite é, agora, 14 de abril. A relatora do processo contra Eurides é a deputada Érika Kokay (PT).
Renúncia
Eurides disse que não vai renunciar ao mandato, ao contrário de Junior Brunelli (PSC) e Leonardo Prudente (sem partido, ex-DEM), que já o fizeram. Ela foi notificada do processo na terça-feira (2) e, portanto, não pode mais renunciar ao mandato para evitar a perda de direitos políticos em caso de condenação.
A peemedebista reafirmou, no dia 2 de março, o que havia divulgado em 28 de fevereiro que o dinheiro que recebeu veio do ex-governador Joaquim Roriz, ex-PMDB, hoje no PSC. Eurides disse que o valor era para gasto de "pré-campanha" em 2006 e afirmou que foi a "primeira e única vez" que recebeu dinheiro do ex-secretário de Relações Institucionais do Distrito Federal Durval Barbosa. Roriz nega qualquer envolvimento com o caso.
Além disso, Eurides afirmou que se sentiria "enganada" se descobrisse que os maços de dinheiro que recebeu fossem ilegais. No entanto, perguntada se não achava estranho receber cerca de R$ 30 mil em cédulas, Eurides desconversou e disse que, em campanhas, se recebe dinheiro vivo e que "se faz assim" em qualquer lugar.
Quanto à afirmação de Joaquim Roriz de que suas acusações eram "fantasiosas" Eurides falou que "não pode ter sido ele" quem disse isso. "A palavra é muito complexa", afirmou.