No dia seguinte à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) acabando com a prática do nepotismo no Legislativo, no Executivo e no Judiciário, já apareceu deputado procurando uma forma de atenuar a proibição por meio de aprovação de um projeto pelo Congresso. Seria uma espécie de cota para o nepotista, que poderia empregar um número limitado de parentes. O deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA) disse não reconhecer a decisão do Supremo como uma determinação, mas uma sinalização para ser desdobrada no Congresso.

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Uma forma de romper essa proibição seria instituir uma cota de parentes que poderia ser contratada. "Se for cota, tem de ser uma cota pequena. Não se pode nomear a família toda", afirmou Aleluia. "A cota poderia ser de um", disse. Contra a proibição do nepotismo, Aleluia argumenta que a adoção de um sistema rigoroso de contratação pública inviabiliza a administração de prefeituras de municípios pequenos. "Em cidades pequenas, de dez mil habitantes, todos são parentes", disse. "Há a necessidade de esgotar o tema. O Congresso tem de fazer a parte dele", afirmou.

No entanto, o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), aplaudiu os ministros e deixou claro que não admitirá tentativas de burlar a súmula. Ele avisou que vai encaminhar a cópia da decisão do STF a todos os deputados para que eles cumpram "imediatamente" a determinação da Justiça. "Aplaudo a decisão do Supremo e lamento o Congresso não ter aprovado (o fim do nepotismo) antes", disse. "O Supremo acertou. Representou a sociedade e a mim também", afirmou Chinaglia.

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Chinaglia ameaçou não colocará em votação projetos que se oponham à decisão do STF. "Se tiver alguém imaginando isso (atenuar o fim do nepotismo), será um erro político dramático e não fala em nome da Câmara. Não há espaço para isso. Se houver algum projeto nesse sentido, eu não coloco em votação no plenário. Temos de combater e acabar com o nepotismo", disse.

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