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O presidente do PMDB, Michel Temer, vai desconsiderar o pedido de impugnação da candidatura de Nelson Jobim, apresentado pelo deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Temer, que disputa a reeleição para a presidência do partido com o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, vai dar um prazo para a chapa de Jobim sanear possíveis irregularidades.

- Não quero que isso vá para o Judiciário. E antes mesmo que a representação chegue à Executiva do partido, vou dar um prazo para que a chapa de Jobim possa sanear os problemas encontrados - disse Temer.

O presidente do PMDB disse ainda que o tema vai ser tratado politicamente e que tentará evitar que o assunto tumultue a convenção do partido, no domingo. Ele disse também que esse tipo de pedido poderia ser interpretado como demonstração de fragilidade de sua candidatura, já que Cunha é seu aliado.

Mais cedo, ao comentar o pedido de impugnação, Jobim disse que não desistirá da candidatura e que a possibilidade de existirem nomes repetidos na chapa "são vícios facilmente sanáveis". O ex-presidente do STF aproveitou para provocar seus adversários no partido:

" Quem protesta é porque está perdendo "

- Quem protesta é porque está perdendo. Todos os vícios apresentados são sanáveis. Política a gente ganha no voto. Quem entra com medidas jurídicas é porque está com medo de perder. Eu não desistirei em hipótese alguma. Minha candidatura está posta. Não são irregularidades, são equívocos sanáveis. Apresentamos a candidatura antes da dele (Temer), por isso pode ter nome repetido, mas isso é abolutamente sanável. Até 48 horas antes da eleição podemos substituir os nomes. Diria que a possibidade de desistir é abaixo de zero - disse Jobim em visita ao Senado.

Em meio à disputa pelo comando do PMDB, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou ao Planalto para uma audiência o deputado peemedebista Geddel Vieira Lima (BA), aliado de Temer e cotado para assumir um ministério.Noblat: Manifesto pró-Jobim tem erros

Também nesta tarde, Jobim divulgou um manifesto da chapa "Ulisses Guimarães" em que defendeu a "unidade" do PMDB. O manifesto tem a assinatura de seis governadores: Sérgio Cabral (RJ), Roberto Requião (PR), Eduardo Braga (AM), Marcelo Miranda (TO), Paulo Hartung (ES) e André Puccinelli (MS). Assinam o documento também 19 senadores e 30 deputados federais.Segundo relata em seu blog o colunista Ricardo Noblat , há também erros no manifesto apresentado pelos deputados que apoiam Jobim. Em vez dos 30 nomes anunciados, Jobim tem o apoio de apenas 27 deputados dos 91 do partido.

Jobim disse ainda que sua candidatura pretende unir o partido com vistas à eleição de 2010, quando o PMDB teria candidato próprio à Presidência da República. Segundo ele, a idéia é que o partido assuma posições em matérias como as reformas política e tributária e use as eleições municipais de 2008 como uma espécie de teste da unidade para a eleição presidencial.

- Esta é uma candidatura da unidade. O PMDB hoje não tem unidade nacional porque não tem programa. Hoje a unidade se já regionalmente. Estamos tentando uma unidade para 2009 para ter uma candidatura forte.

Jobim também negou a possibilidade de acordo para dividir o mandato com Temer:

- Nossa chapa tem planos para 2007 e 2008 e quer produzir unidade para disputar 2009.

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