O deputado federal Geraldo Pudim (PMDB-RJ) protocolou na quinta-feira (17), no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), um pedido de justa causa para deixar o partido pelo qual foi eleito nas eleições de 2006. Aliado do ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho (PR), Pudim alega no processo que tem sido vítima de discriminaçao pessoal por parte dos dirigentes do PMDB.

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Para poder trocar de legenda sem correr o risco de perder o mandato, o parlamentar necessita que o TSE declare a "justa causa" para a mudança de partido. A idéia de Pudim é receber o aval para deixar o PMDB até o fim deste mês de setembro, pois para poder se candidatar na eleição de 2010 por outra sigla é preciso se filiar até o dia 3 de outubro.

Caso o TSE não concorde com os argumentos de Pudim, ele poderá perder o mandato por infidelidade partidária. De acordo com a Resolução 22.610/2008 do TSE, a desfiliação é considerada justa nos casos de incorporação ou fusão do partido, de criação de nova legenda, mudança ou desvio de programa partidário e discriminação pessoal.

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Nesses casos, o TSE garante o mandato ao parlamentar e não ao partido. Caso não haja motivo para a troca de legenda, a regra prevê que a vaga fique com o partido pelo qual o político foi eleito.

No ofício apresentado ao TSE, Geraldo Pudimo destaca que teme a possibilidade de não ser escolhido na convenção partidária do PMDB para disputar a reeleição ao cargo de deputado no ano que vem. Caso isso ocorra, ele ficará sem legenda para a eleição.

Persona non grata

Segundo o deputado, sua preocupação está fundamentada no fato de o PMDB estar considerando como "persona non grata" todos os que não aceitarem o posicionamento do diretório estadual do Rio de apoiar a reeleição do governador Sérgio Cabral.

Pudim destaca também que é simpatizante da candidatura de Garotinho ao governo do Rio e que "sua carreira política foi construída com o apoio do ex-governador", que se desfiliou do PMDB e busca outra legenda para concorrer ao cargo de governador em 2010.

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De acordo com o gabinete de Geraldo Pudim, o Diretório Estadual do PMDB e a Executiva Nacional do partido já se manifestaram por escrito de maneira "clara e incosistente" que não irão à Justiça Eleitoral pedir a perda do mandato de Geraldo Pudim. O pedido de declaração de justa causa será julgado em data ainda não definida pelo plenário do TSE. O relator do processo é o ministro Marcelo Ribeiro.

Nesta semana, o PMDB já perdeu dois filiados de peso. Nesta sexta-feira (18), o senador Mão Santa (PMDB-PI) anunciou sua saída do partido. Na última quarta (16), o ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz também deixou a legenda. Eleito senador em 2006 pelo PMDB, Roriz renunciou ao mandato em julho de 2007 e atualmente não exerce cargo político. Ele pretende se candidatar em 2010 ao governo do DF.