Empresário envolvido no esquema de comércio ilegal de passagens aéreas de parlamentares admitiu, em depoimento, que comprava os bilhetes diretamente de deputados. Ouvido pela comissão da Câmara que investiga o caso, Pedro Damião Pinto Rabelo, dono da agência de viagens Morena Turismo, disse que adquiria o crédito para passagens com deságio de 15% a 25%. Depois, revendia as passagens a preço de mercado a seus clientes. É o que mostra reportagem do jornal O Globo na edição desta quarta-feira (29).

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Rabelo não citou o nome dos parlamentares supostamente envolvidos. E disse que também negociava os créditos com servidores autorizados pelos deputados. O depoimento, ao Departamento de Polícia Legislativa, figura num inquérito aberto em 2005. Segundo o relatório da comissão criada para apurar os casos, o esquema da Morena Turismo continuou em voga "com deságios ainda maiores, chegando a 35% do valor nominal". Procurado pelo jornal, o dono da agência não foi encontrado.

O relatório detalha como funcionou o esquema em dois bilhetes emitidos - um em nome de Gilmar Mendes, outro de Eros Grau, ministros do Supremo Tribunal Federal. Segundo a comissão, ambos foram vítimas do esquema, pois adquiriram os tíquetes em agências comerciais, sem saber que as passagens tinham sido desviadas.

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