Uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) pode ser instalada para investigar os grampos telefônicos encontrados na Assembleia Legislativa do Paraná. Após recolher 20 assinaturas de parlamentares nesta segunda-feira (7), o deputado estadual Marcelo Rangel (PPS) deve protocolar a CPI nesta terça-feira (8). Para a instalação da CPI são necessárias pelo menos 18 assinaturas.
Segundo Rangel, é preciso saber a autoria, a motivação e a utilidade das gravações realizadas. Ele acredita que a Polícia Militar e o Ministério Público serão importantes aliados para que a situação seja esclarecida. O deputado ainda considera que a instalação de escuta na Casa indica a ação de um "poder paralelo" dentro da Assembleia.Varredura
Peritos que fazem o trabalho de varredura nas instalações da Assembleia encontraram pontos de captação de vídeo e áudio nas instalações da 2ª Secretaria, que era ocupada pelo atual presidente da Assembleia, o deputado Valdir Rossoni (PSDB). Segundo a assessoria de imprensa da Assembleia, ainda não é possível afirmar se os equipamentos já estariam instalados ou se apenas a fiação estava pronta. A assessoria também não informou a localização dos pontos. O material encontrado foi levado pela perícia para a polícia científica.
Fim de semana de descobertas
No fim de semana, três centrais de escutas ambientais e um grampo telefônico foram encontrados na casa. Segundo Rossoni, a Assembleia estaria parecendo um "palácio dos grampos".
A escuta telefônica estava instalada no telefone da sala do presidente da Assembleia Legislativa, que fica anexa ao plenário da Casa. O aparelho telefônico grampeado costuma ser usado por deputados para ligações durante as reuniões no plenário. O grampo, instalado na central telefônica do prédio, estava ativo e tinha a capacidade de transmitir por meio de radiofrequência as conversas realizadas no ramal para um receptor num raio de até 100 metros, que ainda não foi localizado.
A escuta foi encontrada por técnicos da Embrasil, que realiza uma vistoria na Assembleia. Segundo o perito em sistemas de segurança Antonio Carlos Walger, não é possível precisar desde quando o grampo estava instalado. Na tarde de sábado (5), os técnicos da Embrasil localizaram três escutas ambientais na Assembleia. Duas estavam em salas de reuniões da presidência e uma no escritório da primeira-secretaria, responsável pela administração da Casa. Os aparelhos estavam acima das placas de forro das salas, eram operados por meio de controle remoto e também tinham a capacidade de transmitir conversas a até 100 metros de distância.
A expectativa é que o trabalho de varredura seja concluído ainda nesta semana. O caso será investigado pelo Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), da Polícia Civil, que tentará descobrir quem é o autor das escutas. Na noite de ontem, a perícia técnica da Polícia Civil era aguardada no prédio para realizar a análise do material encontrado.
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