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Garotinho: “Diante disso não vamos endossar a convocação de Palocci” | Antônio Cruz/ABr
Garotinho: “Diante disso não vamos endossar a convocação de Palocci”| Foto: Antônio Cruz/ABr

Acusação tucana

Palocci teria feito lobby na Receita

O deputado Fernando Francischini (PSDB-PR), referendado pelo seu partido, levantou ontem suspeitas de que restituições de impostos feitos pela Receita Federal à construtora WTorre, no valor de R$ 9,2 milhões, durante as eleições do ano passado, estejam relacionados ao trabalho privado do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, e a doações para a campanha presidencial de Dilma Rousseff.

Fernando Francischini apresentou à imprensa registros públicos do Siafi (o sistema de acompanhamento de gastos da União) e da Receita Federal que indicariam uma relação entre pagamentos feitos pela Receita à WTorre Properties, um braço do grupo WTorre – empresa que contratou a consultoria particular de Palocci.

No dia 24 de agosto, a WTorre procotolou na Receita um pedido de restituição de imposto de renda de pessoa jurídica relativo ao ano de 2008. Na mesma data, a empresa fez uma doação de R$ 1 milhão para a campanha presidencial de Dilma Rousseff – outra parcela de R$ 1 milhão foi depositada para a campanha no mês de setembro.

A restituição da Receita ocorreu apenas 44 dias depois do protocolo, no valor de R$ 6,25 milhões. Segundo Francischini, o prazo da devolução é recorde. A restituição foi feita na mesma data que o pagamento de R$ 2,9 milhões à construtora, referentes a outro protocolo apresentado em 2009 pela WTorre. O valor total soma R$ 9,2 milhões. "Há indício grande e forte de tráfico de influência", disse Francischini.

Folhapress

Caixa envolve ministro na violação do sigilo do caseiro Francenildo

Para se livrar da indenização de R$ 500 mil a que foi condenada a pagar, a Caixa Eco­­nômica Federal (CEF) alegou à Justiça que a responsabilidade pelo vazamento dos dados do caseiro Francenildo dos Santos Costa, ocorrida em 2006, é do ex-ministro da Fazenda An­­tonio Palocci (atual ministro chefe da Casa Civil) e do seu assessor de imprensa, Marcelo Netto, que teriam vazado o material para a imprensa.

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Preocupada com a bancada evangélica, que ameaçava endossar o pedido de CPI para investigar o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, a presidente Dilma Rousseff decidiu suspender o kit anti-homofobia que seria distribuí­­do pelo Ministério da Educação para professores de escolas de todo o país saberem lidar com o assunto em sala de aula. A decisão de Dilma foi anunciada em um telefonema na terça-feira à noite da presidente ao senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), um dos líderes dos evangélicos no Congresso.

"Ela telefonou para mim e disse ter determinado ao ministro Fernando Haddad [da Educação] a suspensão do material. Afirmou que não quer o ministério envolvido em assuntos que devem ser tratados pelas famílias", disse Crivella. O efeito foi imediato na bancada evangélica, diminuindo a pressão sobre Palocci. "Diante disso não vamos endossar a convocação de Palocci", disse o deputado Anthony Garotinho (PR-RJ), outro líder dos evangélicos.

Na conversa com Crivella, Dilma disse que pretende se reunir com líderes evangélicos na próxima semana. O kit anti-homofobia também foi assunto do jantar de Dilma, na terça-feira à noite, com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e os ministros Palocci, Miriam Belchior (Planejamento) e Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência), no Palácio da Alvorada. A participação de Lula na reunião foi mais um indicativo de que ele está assumindo uma função extra-oficial importante no governo: a de conter a crise do Planalto com o Congresso.

Durante a reunião, Dilma disse que um vídeo presente no kit era "totalmente inadequado". "A presidente assistiu ao vídeo e não gostou e vai conversar com os ministros. Ela achou que o vídeo era impróprio para o seu objetivo", disse Gilberto Carvalho. "Não se trata de uma posição só de aparências. A presidente tem as suas convicções e acha que o material é inadequado. Ela foi muito clara nesse sentido e determinou que esse material não circule oficialmente por parte do governo."

Carvalho fez questão, porém, de dizer que a decisão da presidente não teve nenhuma relação com o caso Palocci – embora parlamentares da bancada evangélica tenham deixado claro que a possível convocação do ministro foi usada como barganha. "Nós oferecemos o diálogo e eles [os parlamentares da bancada evangélica] que tomassem a atitude que achassem consequente. Eles que decidiram suspender aquela história que eles estavam falando [de convocar o Palocci ao Congresso]. Não tem toma lá dá cá", disse o ministro.

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