A presidente Dilma Rousseff saiu em defesa de seu antecessor Luiz Inácio Lula da Silva após a Folha de S.Paulo revelar que o petista teve quase metade de suas viagens ao exterior pagas por empreiteiras desde sua saída do Palácio do Planalto em 2011.
De acordo com documentos oficiais obtidos pela reportagem, as viagens de Lula foram feitas para países na África e na América Latina, nos quais as empreiteiras tinham interesses. As duas regiões foram prioridades da política externa do petista em seus dois mandatos.
Dilma afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não é possível deduzir que Lula teria atuado a favor das empreiteiras. Ela destacou que o ex-presidente tem prestígio internacional.
"Eu me recuso a entrar nesse tipo de ilação sobre o presidente Lula. O presidente Lula tem o respeito de todos os Chefes de Estado da África e deu grande contribuição ao país nessa área".
A fala da presidente foi publicada na edição de sábado (23) do jornal "Estado de S. Paulo" e confirmada pela assessoria do Planalto.
De acordo com documentos oficiais obtidos pela Folha de S.Paulo, Lula essas viagens foram feitas para países na África e na América latina, nos quais as empreiteiras tinham interesses. As duas regiões foram prioridades da política externa do petista em seus dois mandatos.
A assessoria do ex-presidente diz que ele trabalha para promover "interesses da nação" e não das empresas que bancam suas atividades.
Mas políticos e empresários familiarizados com as andanças de Lula disseram que ele ajudou a alavancar interesses de gigantes como Camargo Corrêa, OAS e Odebrecht nesses lugares.
Desde 2011, Lula visitou 30 países, dos quais 20 ficam na África e América Latina. As empreiteiras pagaram 13 dessas viagens. Na última terça-feira, Lula iniciou novo giro africano, começando pela Nigéria, e patrocinado por Odebrecht, OAS e Camargo Corrêa.
Gastos
A Folha de S.Paulo revela na edição deste sábado que o governo teve gastos com as viagens do ex-presidente. Em parte dos deslocamentos, Lula recebeu apoio de embaixadas, por meio de funcionários locais ou diplomatas enviados do Brasil para acompanhá-lo. Há também pagamento de almoços e aluguéis de material para a comitiva.
Segundo advogados e procuradores da República, gastos não previstos na legislação podem gerar ações para ressarcir os cofres públicos.
A lei que trata dos direitos de ex-presidentes não prevê apoio diferenciado no exterior - como no Brasil, são previstos oito assessores pagos pelo governo, como seguranças e motoristas.
Mas a tradição diplomática costuma considerar isso uma cortesia.
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