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A candidatura da presidente Dilma Rousseff à reeleição foi aprovada por aclamação neste sábado (21) durante convenção nacional do PT em Brasília.
Dilma lidera as pesquisas eleitorais, mas perdeu terreno nos últimos meses e com isso o favoritismo absoluto à vitória que chegou a exibir tempos atrás.
Seus principais adversários são Aécio Neves, do PSDB do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que governou entre 1995 e 2002, e Eduardo Campos, do PSB, que foi ministro do petista Luiz Inácio Lula da Silva e participou do governo Dilma até o ano passado.
Popularidade
A popularidade da presidente e de seu governo mantinha-se em altos patamares até sofrer uma forte queda na época dos protestos que tomaram as ruas em diversas cidades do país em junho do ano passado. A presidente chegou a recuperar parte do terreno perdido, mas muito longe do nível pré-manifestações. Pesa ainda o baixo desempenho econômico, que pode atrapalhar os planos do PT de comandar o país por mais quatro anos. A inflação tem se mantido em níveis elevados enquanto a economia brasileira não tem demonstrado reação para crescer.
Dilma passou também por apuros com seus aliados, tensão que culminou com a ameaça de rompimento do principal partido de sua coligação, o PMDB. Essa crise foi debelada, pelo menos parcialmente, garantindo a homologação do presidente de honra da sigla e vice-presidente da República, Michel Temer, para compor novamente a chapa com Dilma, mas boa parcela dos peemedebistas não trabalharão para a reeleição.
Dada a conjuntura, petistas preocupam-se agora em combater as críticas da oposição confrontando de maneira "didática" os 12 anos das gestões de Dilma e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os oito anos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
"Nós queremos fazer uma campanha de comparação. Vamos fazê-la criteriosa e detalhadamente", disse o líder do governo na Câmara, deputado Henrique Fontana (PT-RS), citando a geração de emprego e a educação como pontos importantes nesse debate comparativo.
O vice-líder do governo na Câmara José Guimarães (PT-PE) vai na mesma linha e afirma que a tarefa é "organizar uma campanha pedagógica para mostrar o que significam esses 12 anos de governo do PT".
Em outra frente, para angariar o empenho dos aliados na reeleição de Dilma, a promessa é de construção da campanha e seu conteúdo programático, além de um eventual segundo mandato, de forma conjunta. Foi esse o tom dado por petistas ouvidos pela Reuters e pela própria presidente durante convenções partidárias de siglas que compõem sua aliança.
"Em uma coligação com tantos partidos, nós precisamos ter mais tinta gasta na questão programática para fechar as alianças políticas... Deveríamos apostar mais na questão programática, de melhorias sociais, de modelo de desenvolvimento do país", avaliou o vice-presidente do Senado, Jorge Viana (AC).
Na opinião do deputado Cândido Vaccarezza (SP), que já liderou a bancada governista na Câmara durante a gestão de Dilma, "o partido que tem a candidatura à Presidência tem que ceder; atrair e abrir a discussão para espaço no governo na forma de programa de governo".
Petistas vislumbram ainda outra frente de batalha contra a presidente além da campanha de seus adversários oficiais na corrida presidencial: o mau humor generalizado no país e em grande parte direcionado a presidente, sendo os recentes xingamentos na abertura da Copa do Mundo um exemplo disso.
"É lamentável, mas acho que há um ambiente que beira à esquizofrenia e vai ocupar um bom espaço desta campanha", avaliou Viana.
"Ela vai ter que enfrentar uma oposição esquizofrênica, que perdeu as últimas eleições achando que ganharia", acrescentou, referindo-se a 2006, quando a oposição acreditava que o escândalo do mensalão impediria a reeleição de Lula, e 2010, quando a inexperiência eleitoral de Dilma era vista por essa mesma oposição como um importante fator para derrotá-la.
DUELO DE TITÃS
Para a campanha, Dilma terá a seu lado, mais uma vez, um potente cabo eleitoral: Lula, que passou os últimos anos afastado da Presidência, mas não longe dela, já que foi um dos mais importantes conselheiros da presidente, e muito menos da política, atuando intensamente junto ao PT e aos partidos aliados, além de ter participado ativamente das eleições municipais de 2012, especialmente em São Paulo.
"O Lula será o eleitor mais importante desta eleição... ele continua forte", aposta Viana.
Como o candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, dá sinais de que irá usar o ex-presidente tucano Fernando Henrique mais do que o fizeram seus colegas de partidos que tentaram chegar ao Palácio do Planalto, a campanha de 2014 poderá ter uma sensação de déjà vu.
"As duas figuras centrais desse embate, os estandartes das duas campanhas serão Lula e FHC", prevê Guimarães.
Os aliados de Dilma veem outro trunfo para ser explorado a favor de sua reeleição. Em tempos de pouca empatia da população pelos políticos, a ideia é reforçar seu perfil de gestora apesar do questionável desempenho da economia e sua rigidez contra irregularidades.
Foi durante a "faxina" no primeiro ano de seu mandato, quando vários ministros acusados de envolvimento com irregularidades saíram do governo, que a presidente alcançou alguns de seus melhores níveis de popularidade.
"Acho que o país não está precisando de alguém que seja um ativista político. A política está em xeque. O desafio vai ser do ponto de vista de gestão", avalia o vice-presidente do Senado.
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