Horas antes do início da votação do impeachment no plenário da Câmara dos Deputados, a presidente Dilma Rousseff e seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, apostam em ausências e abstenções de última hora para tentar barrar o processo.
No Palácio do Alvorada, os dois petistas têm desde a manhã deste domingo (17) entrado em contato com governadores e vice-governadores do país para que aumentem a pressão sobre suas bancadas federais.
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Entre os procurados, estão Wellington Dias (Piauí), Flávio Dino (Maranhão), Antônio Andrade (Minas Gerais), Ricardo Coutinho (Paraíba) e Camilo Santana (Ceará).
Até as 16h11, 492 deputados federais registraram presença em plenário na Câmara dos Deputados. O esforço do governo federal tem sido sobretudo sobre os 21 que ainda não chegaram à Casa legislativa. No entanto, às 16h43, já eram 500 os deputados no plenário da casa.
O Palácio do Planalto reconhece que a situação é “difícil” e “grave”, mais ainda tem a esperança de que a tática de ausências e abstenções pode funcionar na reta final.
No Palácio do Alvorada, Dilma e Lula têm atuado em estratégias diferentes e em ambientes distintos. Enquanto Dilma liga para governadores e parlamentares do Norte na biblioteca, Lula tem entrado em contato com governadores e parlamentares do Nordeste na área da piscina.
Ao chegar na residência oficial, Lula deu um abraço longo e silencioso em Dilma. Diante da cara de aflição dos assessores presidenciais, afirmou: “Tira a cara de pessimista porque não ajuda em nada agora”.
Na reta final da votação, assessores da petista foram informados por deputados federais que mudaram de lado nas últimas horas, depois que foram pressionados diretamente por empresários e não teriam mais como votar a favor do governo.
Segundo a reportagem apurou, este movimento final de pressão pelo impeachment levou o governo a perder apoios conquistados entre quinta e sexta-feira, fazendo o placar do Planalto indicar um percentual de votos que coloca no horizonte um “sério risco de derrota”.
Na manhã deste domingo, o governo contabilizava 166 votos favoráveis a Dilma, abaixo dos 172 necessários para barrar o impeachment.
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