Reunida com ministros, parlamentares e empresários na sede da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiep), a presidente Dilma Rousseff foi recebida com protestos no fim da tarde desta sexta-feira, 21. Cerca de 50 manifestantes, ligados ao Sindicato de Policiais Civis (Sinpol), com carro de som, faixas e apitos, cercaram o prédio gritando palavras de ordem contra a presidente. Também houve críticas ao governador Paulo Câmara (PSB) e à política econômica. O local tem policiamento reforçado pela Polícia Federal, Polícia Militar e militares do Exército.
Os manifestantes tentavam bloquear a passagem da comitiva na saída do encontro. O protesto provocou congestionamento nas vias do entorno. Dos carros e ônibus, motoristas, passageiros e estudantes apoiam o protesto com gritos, aplausos e buzinaço. No carro de som, os sindicalistas criticam o corte de R$ 70 bilhões no Orçamento e as suspeitas de corrupção nas obras da Arena Pernambuco. O estádio foi construído para a Copa de 2014 pela empreiteira Odebrecht. A obra investigada pela Polícia Federal por suspeita de superfaturamento.
“Ela e o governador (Paulo Câmara) são ‘farinha do mesmo saco’. PT e PSB estão juntos, é a mesma coisa. Usam o dinheiro para a corrupção e não tem dinheiro para reajuste dos salários, para investir em segurança, transporte e saúde. Roubam o dinheiro do povo e querem que a gente pague a conta e aceite calado”, disse o presidente do Sinpol, Áureo Cisneiro. Antes dele, diretores do sindicato criticaram o “governo e partido corruptos”. “É uma vergonha a presidente vir a Pernambuco e escondida, como se estivesse fugindo. Ela está sitiada”, completou Cisneiros.
Além da presidente, a reunião conta com a participação dos ministros Nelson Barbosa, do Planejamento, Armando Monteiro, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Kátia Abreu, da Agricultura, e Thereza Campello, de Desenvolvimento Social. Também acompanharam o encontro o senador Humberto Costa (PT), além de deputados e empresários.
Em entrevista a jornal alemão, Dilma admite que não entregou o prometido
Leia a matéria completaA reunião ocorre a portas fechadas, seguindo modelo já levado a Salvador, na última semana. Em sua terceira visita a Pernambuco no segundo mandato, a presidente tenta recompor sua base de apoio político, ouvindo executivos de grandes empresas regionais e divulgando programas do governo. O objetivo é retomar o dinamismo na economia nas áreas de infraestrutura, agricultura e indústria.
Representantes da Petrobras também estão presentes para detalhar os resultados operacionais da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), parcialmente ativada em novembro, e também os projetos de investimento até a conclusão das obras, previstas para 2016.
Segundo o diretor-presidente da Fiep, Ricardo Essinger, a expectativa entre os empresários é apresentar “anseios e necessidades” do estado diante de um cenário de “contaminação da economia pela disputa político-partidária”.
“A Lava Jato não pode contaminar o ‘real’, não pode paralisar o país. Mas em um momento de disputa político partidária, se paralisaram os investimentos”, afirmou Essinger antes da reunião, considerada “positiva para recomeçar um diálogo”. “Nós empresários somos os eternos batalhadores. Diante das trevas, temos que seguir para a luz”, contemporizou.
A presidente ainda participa, esta noite, do programa Dialoga Brasil, plataforma de divulgação e avaliação dos programas federais com ativistas e representantes de movimentos sociais.
Congresso prepara reação à decisão de Dino que suspendeu pagamento de emendas parlamentares
O presente do Conanda aos abortistas
Governo publica indulto natalino sem perdão aos presos do 8/1 e por abuso de autoridade
Após operação da PF, União Brasil deixa para 2025 decisão sobre liderança do partido na Câmara