O Diretório Nacional do PT aprovou nesta sexta-feira (8) uma resolução determinando que as candidaturas nos estados somente serão anunciadas após um congresso do partido, que será realizado em fevereiro do próximo ano. Pela resolução, as alianças estaduais estão submetidas à Executiva Nacional e as consultas e prévias não poderão ser realizadas antes de fevereiro de 2010.
A intenção da cúpula petista é evitar que disputas nos estados prejudiquem a candidatura presidencial do partido. A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) é apontada como candidata à Presidência, mas não há menção direta a ela no texto.
O presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), afirmou que não foi feita nenhuma menção à ministra porque não há decisão oficial. "Mas é claro que há hoje uma natural harmonização do partido em torno da ministra Dilma", ponderou.
"A tática para as eleições de 2010 será orientada para a vitória na eleição presidencial, submetendo a ela todos os processos estaduais", diz trecho da resolução.
Berzoini afirmou que a proibição de consultas à base até fevereiro de 2010 é para evitar que aconteçam "fatos consumados" que atrapalhem a composição de alianças com outros partidos na esfera nacional. "Nós só autorizaremos processos estaduais de escolha pelo voto, como prévias, encontros ou qualquer processo que haja votação, a partir do congresso do partido. A prioridade do PT é a eleição nacional".
A decisão vai impedir que o diretório do Rio Grande do Sul cumpra um cronograma já anunciado. Existe um encontro agendado para julho para escolher o candidato da partido ao governo do estado. O ministro da Justiça, o gaúcho Tarso Genro, que deseja ser candidato, e Berzoini já trocaram farpas nas últimas semanas sobre o tema.
No Distrito Federal, o problema é semelhante. Uma prévia estava agendada para agosto entre o deputado federal Geraldo Magela e o ex-ministro dos Esportes Agnelo Queiroz.
Magela participou da reunião e disse não ver problema na decisão. "Concordo com a decisão. Prefiro ser deputado federal governista do que governador na oposição. Submeto meus desejos pessoais ao projeto de ganhar a eleição. Todos deveriam pensar assim, inclusive o ministro da Justiça", alfinetou.
A resolução traz apenas uma exceção para o lançamento de candidaturas antecipadas: quando houver consenso. Berzoini explica que neste caso poderia se fazer composição posterior com outros partidos de uma forma mais facilitada, uma vez que nesses casos não haverá votação para a escolha do pré-candidato.
O presidente do PT evitou caracterizar a centralização como um passo para aprofundar as negociações com o PMDB. Berzoini afirmou que a intenção do partido é contar com o apoio de toda a base aliada na disputa presidencial de 2010.
Deixe sua opinião