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O diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Paulo Lacerda, rebateu nesta quarta-feira (20), em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito das Escutas Telefônicas Clandestinas (CPI dos Grampos), as afirmações feitas pelo sócio-fundador do Grupo Opportunity, Daniel Dantas. Lacerda, que não citou o nome de Dantas, confirmou que a participação da Abin na Operação Satiagraha, da Polícia Federal, foi em atendimento a um pedido do delegado Protógenes Queiroz, que comandou as investigações. As informações são da Agência Câmara.

Segundo a agência, Lacerda ponderou que, ao saber do pedido do delegado, informou que a colaboração da Abin se daria dentro do patamar rotineiro dos demais órgãos federais que integram o Sistema Brasileiro de Inteligência. "A Abin não participou de nenhuma atividade da qual não estivesse amparada pela lei", disse.

Ainda em relação à Operação Satiagraha, Lacerda disse, informou a Agência Câmara, que a Abin colocou à disposição da PF serviços de consulta à base de dados cadastrais de pessoas física e jurídica, análise do material pesquisado e a confirmação de endereços de pessoas investigadas. Questionado se é comum a participação da Abin em investigações da Polícia Federal, Lacerda respondeu que essa cooperação é uma "tendência mundial".

O diretor ainda lembrou que a Lei 9.883/99 e o Decreto 4.476/02 conferem à Abin papel de órgão central do Sistema Brasileiro de Inteligência. Entre as atribuições desse sistema, está a segurança pública com vistas à repressão ao crime organizado e às ações criminosas de âmbito internacional. "Do sistema também faz parte a Polícia Federal, que pode receber a cooperação, de acordo com o assunto apurado, de alguns órgãos como a Receita Federal, o Banco Central, entre outros", explicou.

De acordo com a Agência Câmara, Lacerda negou com veemência qualquer ingerência do chefe de gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho, na Abin. E ressaltou que, durante os quatro anos que trabalhou na Polícia Federal e depois na Abin, manteve contatos esporádicos com Carvalho no Planalto. "Em nenhum momento ele ligou para fazer qualquer tipo de pedido", afirmou.

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