O doleiro Alberto Youssef, um dos pivôs da Operação Lava Jato, intermediava negócios de pequenas hidrelétricas (PCHs) e termoelétricas com estatais do setor de energia. A InvestMinas, uma das holdings ligadas ao grupo GPI, de Pedro Paulo Leoni Ramos e João Mauro Boschiero, depositou, em 2012, R$ 4,3 milhões na conta da MO Consultoria – uma das empresas de fachada usadas pelo doleiro para movimentar dinheiro de propina.

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Convocada pela Justiça a explicar o pagamento, a InvestMinas informou que pagou Youssef porque ele intermediou a venda, pelo valor de R$ 26,5 milhões, da participação acionária da InvestMinas na Guanhães Energia para a Light Energia, com intervenção da Cemig Geração e Transmissão S.A. Hoje, a Light (com 51% do capital) e a Cemig (49%) são sócias na Guanhães.

A Polícia Federal (PF) abriu um inquérito para investigar o negócio. Em relatório, o Ministério Público Federal (MPF) afirma que a suspeita é que os contratos e notas apresentados para justificar o negócio sejam fraudulentos. O doleiro já admitiu que comprava notas da MO Consultoria para justificar recebimento de propina.

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O GPI era ainda um dos participantes do Fundo Constantinopla, que arrematou a Usina Três Irmãos, no fim de março, em parceria com Furnas. Com a Lava-Jato, o GPI foi pressionado a sair do consórcio.

Trânsito

Youssef tem bom trânsito no setor de energia. A parceiros do mercado, chegou a dizer que as PCHs eram excelentes negócios, porque o financiamento chegava na hora, e o compromisso de entrega de energia era para o futuro – e no futuro o negócio já teria sido passado adiante. O doleiro se referia ao Proinfa, o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa), financiamento destinado a incentivar o parque de PCHS no Brasil.