O ex-diretor de serviços da Petrobras, Renato Duque, foi transferido na manhã desta quarta-feira (5) do Complexo Médico Penal de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), para a carceragem da Polícia Federal em Curitiba, onde terá sua primeira reunião com procuradores da Lava Jato para discutir um acordo de delação premiada.
O ex-diretor chegou à Superintendência da PF por volta de 11h, escoltado por agentes da corporação. Conforme antecipou nesta terça-feira o jornal O Globo, Duque está disposto a entregar ao MPF informações sobre políticos com foro privilegiado.
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Leia a matéria completaA primeira reunião para negociação é acompanhada pelo advogado de Duque, Marlus Arns de Oliveira, que ao chegar para o encontro preferiu não dar detalhes da negociação com o Ministério Público Federal (MPF).
Um advogado que trabalha com Marlus Arns confirmou à reportagem a intenção do ex-dirigente de entregar informações em volume suficiente para que a Justiça aceite a redução de penas, em caso de condenação.
Dirigentes do PT temem que Duque fale sobre suas relações com o partido. Afinal, o ex-ministro José Dirceu o teria indicado para o cargo e, segundo o delator Pedro Barusco, ex-gerente da área de Serviços da Petrobras, o PT ficava com uma parte das propinas de sua área.
Nesta quarta, Duque é ouvido por uma equipe de procuradores do MPF, comandada pelo procurador Carlos Fernando de Souza Lima. Ele chegou à sede da PF pouco depois de Duque mas não quis comentar a negociação sobre a delação. “Estamos aqui para uma reunião semanal com os delegados da força-tarefa”, desconversou.
Dirceu depõe
O ex-ministro José Dirceu, que passou a primeira noite numa cela da Carceragem da PF de Curitiba, depõe na próxima semana. O mesmo vai acontecer com outro preso, Fernando Moura. Os dois tiveram prisão preventiva decretada pelo juiz Sergio Moro na última segunda-feira.
Nesta quarta-feira (5) deve ocorrer o depoimento de Roberto Marques, o Bob, ex-assessor de José Dirceu, e Julio César dos Santos, ex-sócio do ex-ministro. Para esta quinta-feira (6) está previsto o depoimento do irmão de Dirceu, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva.
A PF está dando prioridade a ouvir primeiro os presos que tiveram prisão temporária decretada, de cinco dias. A expectativa é de que eles sejam colocados em liberdade na sexta-feira (7). Dirceu e Fernando Moura permanecerão presos por tempo indefinido.
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