O governo quer convencer sua base a votar a proposta do Executivo para o novo Código Florestal. Usará como argumento episódios em que a base não seguiu a orientação do Planalto, como na votação da emenda que mudou a distribuição dos royalties do pré-sal.O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), disse nesta quinta-feira que, se a base tivesse votado como queria o Executivo, os royalties já estariam distribuídos aos Estados.

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No ano passado, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou emenda que implantaria uma distribuição vista por Estados produtores como prejudiciais a seus interesses.

"Eu acho muito arriscado empreender uma derrota ao governo nesse tema do Código Florestal", disse Vaccarezza a jornalistas. Ele não adiantou se a presidente Dilma Rousseff pretende vetar algum ponto do projeto que eventualmente desagrade o Planalto.

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Vaccarezza reconheceu que é difícil controlar a base, mas garantiu que a votação do novo Código Florestal, adiada por três vezes, irá a plenário na próxima terça-feira, mesmo que resulte numa derrota para o governo.

"Nós não podemos adiar ad eternum a votação do Código Florestal", disse Vaccarezza, acrescentando que o Executivo não concorda com a legalização das áreas que já foram desmatadas, nem com a anistia para os que desrespeitaram a lei ambiental.

Na última semana, a votação foi adiada após Vaccarezza perceber um movimento de aliados a favor de uma emenda proposta pela oposição que retirava do Executivo a prerrogativa de regularizar ocupações em Áreas de Preservação Permanente (APPs).

Na quarta-feira, alguns líderes da base e da oposição fecharam acordo em torno de uma nova emenda com o mesmo teor. O texto é do PMDB, partido da base do governo.

Vaccarezza admitiu que a reforma do Código Florestal "por pouco" não foi a plenário na quarta-feira, após forte movimento de parlamentares, contido pelo governo.

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Ele rejeitou alegações de que haveria um acordo em que o governo cederia na votação do Código Florestal para que os requerimentos que pedem a ida do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, à Câmara para explicar seu patrimônio fossem aliviados.

"Isso é um absurdo", disse.