Ex-assessor teria proposto "pacote"
Alex Canziani afirmou no depoimento que o ex-assessor Luciano Lopes teria exigido, no total, R$ 200 mil e que esse valor cobriria um "pacote". "No pacote que seria feito, além de não divulgar [denúncias], ele ainda daria idéias na campanha e divulgaria quem o teria pago naquele primeiro momento para que ele fizesse as denúncias", afirmou o advogado de Canziani, Maurício Carneiro.
Horas depois da prisão de Lopes, Carneiro foi até a delegacia para conversar com o ex-assessor. Carneiro disse achar normal que Lopes o procurasse como advogado. "Advocacia é uma questão de confiança, não é estranho [que Lopes o procurasse], é perfeitamente normal", afirmou.
O deputado federal Alex Canziani (PTB) disse no domingo (31), em depoimento de quase quatro horas ao delegado Alan Flore, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que o ex-assessor Luciano Lopes tentou extorquir o também deputado federal Barbosa Neto (PDT) candidato a prefeito de Londrina.
O ex-assessor denunciou Barbosa à Procuradoria Geral da República alegando que o deputado ficava com parte dos salários dos seus assessores e por irregularidades na compra da Rádio Brasil Sul. Barbosa nega as acusações.
Canziani confirmou que os R$ 23 mil foram entregues durante encontro em sua residência, num condomínio da zona sul, no dia 25 de agosto, e que o próprio Lopes chegou a lhe dizer que queria dinheiro para parar com as denúncias contra Barbosa.
O deputado confirmou que não sabia que haveria a participação da polícia no encontro entre Barbosa e Luciano. "Luciano disse que não tinha confiança no Barbosa, depois foi sugerido que seria na minha casa. Eu sabia da situação e disse a ele [Barbosa] em Brasília que era uma safadeza [a extorsão], mas não sabia que seria feito naquele dia [o flagrante] e, principalmente, quando a pessoa estivesse na minha casa", afirmou em entrevista após o depoimento, que teve início às 16 horas e foi concluído por volta das 20 horas.
O depoimento foi realizado no escritório do advogado de deputado, Maurício Carneiro, e foi acompanhado também pelo assessor de Canziani, Hélio Senedezi.
Alex Canziani, que apóia a candidatura de Barbosa, não quis comentar a alegação de que Lopes estaria a serviço do deputado federal Luiz Carlos Hauly, candidato a prefeito pelo PSDB. "Isso vocês têm que perguntar ao Luciano", respondeu.
Canziani disse que o fato de desconhecer o momento do flagrante e que sua casa seria usada não afeta seu apoio a Barbosa Neto. "Não é apoio meu exclusivo, é apoio do partido, do diretório municipal. Tenho ficado pouco em Londrina, sou o presidente do partido [no Paraná] e me coloquei à disposição dele. Continua da mesma forma", observou.
O delegado Alan Flore disse que o depoimento de Alex Canziani ainda não foi suficiente para concluir se o crime se trata de extorsão ou suborno. "Não está descartada nenhuma possibilidade até o presente momento e até o final do inquérito policial não podemos fazer conjecturas. Vamos trabalhar com o que nós temos de concreto e ao final da investigação fazer a análise sobre o que de fato aconteceu", afirmou.
Luciano Lopes foi colocado em liberdade na última sexta-feira e, a partir dessa data, o delegado tem 30 dias de prazo para concluir o inquérito.
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