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Faltando onze dias para as eleições presidenciais, o candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, José Serra, anunciou nesta quarta-feira (22), em entrevista gravada ao programa Bom Dia Brasil, da TV Globo, que deve lançar nos próximos dias um trabalho "amplo" de debate do seu programa de governo, "inclusive para receber comentários".

"É uma coisa muito vasta. Ontem eu vim lendo, vindo de Recife, (e em) quatro horas consegui ler metade. Por quê? Porque entra nos tópicos de cada assunto: energia elétrica, saneamento, petróleo, educação", disse o tucano. Para ele, a demora para o lançamento de sua candidatura, para a definição do candidato a vice e para o anúncio do programa de governo não tem sido problema para a sua candidatura.

Serra negou que suas promessas de campanha, de aumento do salário mínimo para R$ 600 já em 2011 e de 10% para as aposentadorias e pensões, sejam eleitoreiras. "Por que eleitoreira? Se é o que nós vamos fazer não é eleitoreira. Eu acho que é o que é necessário. Eu pesei bem a questão dos custos e como financiá-los", afirmou.

Segundo ele, a mensagem de lei orçamentária de 2011, enviada ao Congresso, subestima a receita da Previdência. "Você tem receita adicional, que está subestimada, se você pegar o PIB (Produto Interno Bruto) e a inflação", disse. Os recursos disponíveis para o cumprimento dessas promessas, de acordo com o candidato, viriam do aumento das contribuições dos empregados, por conta do aumento do salário mínimo, dos cortes dos cargos de confiança e do desperdício e da renegociação de contratos que estariam "inflados", na avaliação de Serra. "De modo que é factível que o orçamento comporte essas despesas."

O tucano dedicou boa parte dos 20 minutos de entrevista a que tinha direito, como os demais candidatos, para insistir na sua proposta de dois professores por classe para estudantes do ensino fundamental. E considerou "perfeitamente razoável" a defesa de pagamento de um 13º salário para famílias amparadas pelo Bolsa Família que não tem mais condições de ascensão dentro do grupo familiar.

Serra disse também que não considera embaraçoso o fato de o PSDB do Distrito Federal apoiar a candidatura de Joaquim Roriz, que está sendo julgado pela Justiça Eleitoral. "Alianças são sempre regionais, não é decidida nacionalmente. O Roriz teve lá problemas com a Justiça, está se defendendo e a Justiça dará o seu pronunciamento final."

Ele negou ainda que tenha promovido o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na propaganda eleitoral de TV. Disse que apresentou a imagem do presidente apenas para afirmar que Lula e ele é que teriam condições de governar, porque tinham experiência e história. "Na verdade, estava voltado para a candidata dele, que não tem uma história, uma biografia sólida, consistente com uma candidatura dessa importância para a Presidência da República. Isso não significou nenhum elogio nem ataque", concluiu.

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