Tamiflu
Apenas 20% de remédio foi distribuído
No auge da epidemia do vírus A (H1N1), a chamada gripe suína, o governo brasileiro chegou a ter uma quantidade de Tamiflu suficiente para tratar 24,5 milhões de pessoas. Desse total de tratamentos, apenas 4,86 milhões chegaram a ser distribuídos a estados e municípios. O restante está estocado.
Além desse quantitativo, o ministério também subsidia a venda do medicamento em farmácias e drogarias por meio do programa Farmácia Popular.
Fabricado apenas pelo laboratório Roche, o Tamiflu foi o medicamento utilizado no Brasil para tratar principalmente os pacientes da gripe em estado mais grave.
Quando os primeiros casos da doença foram registrados, em maio do ano passado, o país já tinha uma reserva de 10 milhões de tratamentos, adquirida em 2006 para enfrentar uma possível pandemia do vírus da gripe aviária.
Além desse estoque, no ano passado, o Ministério da Saúde adquiriu, sem licitação, 14,5 milhões de tratamentos, ao custo de R$ 400 milhões.
A pasta afirma, por meio de nota, que o montante foi decidido pelo seu Departamento de Vigilância Epidemiológica, e que o critério adotado é o número de tratamentos necessários para proteger 10% da população, percentual estabelecido de acordo com modelo matemático do CDC (centro de controle de doenças) dos Estados Unidos.
A nota afirma ainda que a compra foi tratada entre o ministério e o laboratório e nega a participação da Casa Civil no processo.
Segundo o ministério, o Tamiflu era a única indicação contra a doença disponível em 2009.
O advogado Vinícius de Oliveira Castro recebeu um envelope com R$ 200 mil em dinheiro de propina dentro da Casa Civil da Presidência em julho de 2009, logo depois de assumir um cargo de confiança da ex-ministra Erenice Guerra, segundo a edição da revista Veja desta semana.
O dinheiro, segundo o tio de Castro e ex-diretor dos Correios Marco Antonio de Oliveira disse à revista, era parte da propina distribuída na Casa Civil após a compra sem licitação, no valor de R$ 34,7 milhões, de medicamento para combater a gripe suína, em junho de 2009. Na época do episódio, Erenice ainda era a principal assessora da então ministra Dilma Rousseff, hoje candidata do PT à Presidência.
Castro foi demitido na segunda-feira após a revelação de que ele e um filho de Erenice, Israel Guerra, eram sócios da Capital Assessoria, empresa de lobby que operaria no governo federal.
O suposto esquema de tráfico de influência que operava na Casa Civil levou à queda da ex-ministra Erenice Guerra, na quinta-feira, após reportagem da Folha de S.Paulo revelar que a Capital cobrou R$ 240 mil e "taxa de sucesso de 5% para liberar empréstimo de R$ 9 bilhões do BNDES.
Envelope
Em entrevista à Veja, Oliveira, que não foi localizado pela reportagem, disse que o sobrinho relatou ter encontrado o envelope na gaveta de sua mesa, a poucos metros do gabinete de Erenice, ao chegar ao trabalho, pela manhã. Além dele, outros três funcionários da Casa Civil teriam recebido o agrado, conforme relato da revista.
Erenice, seus familiares e empresas ligadas ao grupo são investigados em inquérito aberto pela Polícia Federal para apurar o caso. A ex-ministra sofreu "censura na sexta pela Comissão de Ética da Presidência por não ter declarado patrimônio ao assumir o cargo.
"PP do Tamiflu
Ainda conforme a revista, Castro perguntou a um colega da Casa Civil do que se tratava o dinheiro. "É a "PP [propina] do Tamiflu [remédio em questão], é a sua cota. Chegou para todo mundo.
A propina teria sido paga porque o governo adquiriu mais medicamentos do que o necessário. O Ministério da Saúde nega.
Três pessoas saíram da Casa Civil desde que vieram a público os casos de tráfico de influência: Erenice, Castro e Stevan Kanezevic. Os dois últimos foram colegas de Israel Guerra na Agência Nacional de Aviação Civil.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Em rota contra Musk, Lula amplia laços com a China e fecha acordo com concorrente da Starlink