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Ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, participou na noite desta quarta-feira (13) de comício em Teresina, em sua primeira visita ao Piauí nesta campanha presidencial.

Em 15 minutos de discurso, a candidata defendeu ações do governo Lula para o Nordeste, citando programas federais como Luz para Todos (eletrificação rural) e Minha Casa, Minha Vida (financiamento habitacional).

"Hoje tem gente se queixando de que os nordestinos estão saindo de São Paulo e voltando para o Nordeste. Para o Piauí estão voltando muitos homens e mulheres, porque o Nordeste e o Piauí hoje têm futuro, crescem, geram emprego e oportunidades", afirmou Dilma, ressaltando sua própria contribuição "para que essa situação de desigualdade entre regiões mudasse".

Sem referência direta à campanha de José Serra (PSDB) ou ao atual momento da disputa eleitoral, Dilma enumerou compromissos para o estado, como o da finalização da transposição do Rio São Francisco. "Trazendo para o Piauí o benefício da água e todos os ganhos que o Piauí possa ter para se transformar em um dos estados mais desenvolvidos do Brasil", afirmou.

Em referência à mulher, comum em seus discursos, Dilma citou desta vez a ex-candidata à Presidência Marina Silva (PV).

"No primeiro turno as mulheres tiveram 67% dos votos. Eu tive 47%, com os 20% da Marina [Silva], as mulheres receberam 67% dos votos. O Brasil quer uma mulher dirigindo o país", disse a candidata.

Ao final, Dilma incitou o público a "não deixar que o país volte para desemprego, desigualdade".

Lula enfatiza disputa entre "projetos"

Como de praxe nos comícios do PT na campanha, Lula fechou o ato. Em discurso, enfatizou a comparação com a gestão anterior ao classificar a eleição como "disputa entre dois projetos".

"Porque conheço a sensibilidade de cada um [Serra e Dilma], conheço a alma e a cabeça dos dois. E é por isso que acho que ela é infinitamente melhor. [...] O que está em jogo são dois projetos. Um projeto vem desde que [Pedro Álvares] Cabral descobriu esse país: os de sempre mandando", disse o presidente.

Lula disse que sua gestão promoveu uma "pequena revolução" no Nordeste. "Vocês sabem como era o Nordeste antes de eu chegar à Presidência da República. Vocês sabem que quando nós criamos o Bolsa Família os de lá diziam que era esmola, que era populismo. [...] Vocês sabem como andava o Banco do Brasil, a Caixa Econômica, até a Petrobras eles tentaram mudar de nome", disse.

Em possível referência ao slogan "Serra é do bem", do candidato tucano, Lula disse que "eles foram do mal com o povo pobre", citando como exemplo a derrubada da CPMF pelo Senado durante seu governo.

Em tom irreverente, Lula também fez às vezes de "repórter" no comício, cedendo a palavra aos governadores reeleitos Jaques Wagner (Bahia, PT) e Cid Gomes (Ceará, PSB).

"Fui votar [em 3 de outubro] com uma tristeza de não ter meu nome lá, mas como somos democratas e queremos fortalecer a democracia nós trocamos a cara de um barbudo com voz de taquara rachada por uma mulher mineira, gaúcha, piauiense e que tem a competência que precisamos para dirigir o destino do país", disse o presidente.

Coube a Wagner mencionar o momento de acirramento na troca de acusações na disputa eleitoral. "Estão inventando mentiras, mentiras, de uma forma baixa como o Brasil não merece", disse.

Palanque duplo dificultou visita de Dilma ao Piauí no primeiro turno

Dilma teve larga vantagem na votação no primeiro turno no Piauí (67% ante 20,9% de José Serra, do PSDB), estado que não visitou em razão de divergências entre aliados locais.

Como tinha o apoio de dois candidatos ao governo do estado, o senador João Vicente Claudino (PTB) e Wilson Martins (PSB), evitou a saia justa do palanque duplo. O governador Wilson Martins foi para o segundo turno contra o ex-prefeito de Teresina Silvio Mendes (PSDB) e recebeu o apoio de Claudino, viabilizando a presença de Dilma no estado.

Participaram ainda do comício os ministros Paulo Sérgio Passos (Transportes) e Fernando Haddad (Educação).

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