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O corregedor geral da Receita Federal, Antonio Carlos D'Ávila, afirmou nesta sexta-feira (27) que as violações dos sigilos de pessoas ligadas ao PSDB teriam supostamente sido feitas a pedido de agentes externos "mediante pagamento de propina". Ele encaminhará duas representações criminais ao Ministério Público na segunda-feira.

"Há indícios de uma intervenção feita de alguém de fora da Receita Federal e de um suposto balcão de venda de informação", afirmou, descartando, ao lado do secretário da Receita, Otacílio Cartaxo, qualquer motivação eleitoral direta para a violação do sigilo de quatro pessoas ligadas ao PSDB.

Para descartar a vinculação político-eleitoral, a Receita argumenta que outras pessoas, fora da política, também tiveram seus dados fiscais devassados, o que eliminaria, sustentam Cartaxo e D'Ávila, a hipótese.

Segundo ambos, empresários e a apresentadora de tevê Ana Maria Braga estão na lista de acessos, junto aos quatro integrantes do PSDB: Eduardo Jorge Caldas Pereira (vice-presidente do partido), Luiz Carlos Mendonça de Barros (ex-ministros das Comunicações de FHC), Ricardo Sérgio (ex-diretor do Banco do Brasil, também no governo FHC) e Gregório Marin Preciado (casado com uma prima de José Serra, candidato do PSDB à Presidência).

"Essa vinculação, no meu entendimento, não existe", completou. "Não identificamos na nossa investigação qualquer ilação político-partidária".

A representação criminal que será entregue na próxima semana será contra as servidoras Antonia Aparecida Neves e Adeilda Ferreira Leão. Os acessos irregulares foram feitos no computador da segunda, com a senha da primeira, em agência da Receita na cidade de Mauá (SP).

O corregedor afirmou, ainda, que a apuração não deve ser concluída antes das eleições de outubro. "Nós não estamos preocupados com o calendário eleitoral", disse D'Ávila.

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