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Assembleia vazia: campanha eleitoral tirou o foco dos deputados estaduais | Ivonaldo Alexandre / Gazeta do Povo
Assembleia vazia: campanha eleitoral tirou o foco dos deputados estaduais| Foto: Ivonaldo Alexandre / Gazeta do Povo

Diante da onda de críticas por entrarem em recesso remunerado de quase 20 dias às vésperas das eleições, sete deputados estaduais decidiram abrir mão do porcentual salarial referente ao período em que não haverá sessões plenárias – a próxima está marcada para o dia 4 de outubro. Por meio de ofício endereçado ao presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, Nelson Justus (DEM), os sete parlamentares solicitaram que o período entre ontem e o dia 30 deste mês seja descontado no salário de cada um. Dessa forma, Justus, Ademar Traiano (PSDB), Alexandre Curi (PMDB), Chico Noroeste (PR), Douglas Fabrício (PPS), Durval Amaral (DEM) e Plauto Miró (DEM) receberão metade dos R$ 12.384 a que têm direito mensalmente, ou seja, R$ 6.192.

A decisão de se autoliberarem do trabalho para se dedicar à campanha eleitoral, cancelando as sessões até as eleições, foi tomada em conjunto pelos líderes partidários na última terça-feira. A medida desagradou a alguns deputados e levou Jocelito Canto (PTB) a apresentar um requerimento para que os dias de recesso fossem descontados do salário de todos os parlamentares. No entanto, como o pedido dizia respeito a uma questão administrativa, ele foi encaminhado à Comissão Executiva da Casa – formada pelo presidente (Justus), o primeiro-secretário (Alexandre Curi) e o segundo-secretário (Valdir Rossoni, PSDB) –, sem a necessidade de ser votado em plenário.

Apesar de não manifestar uma posição oficial sobre o assunto, antes de encerrar a sessão da última terça, Justus adiantou sua provável decisão, ao atribuir o caso a um posicionamento particular de cada deputado. "Faço aqui uma sugestão aos senhores: quem achar conveniente não receber o salário que não o receba. A internet mostrará isso [depois]", disse aos colegas. Dessa forma, a não ser que peçam formalmente para ter os dias de folga descontados no salário, os parlamentares estão dispensados de ir à Assembleia e não sofrerão nenhuma sanção por isso – o que poderá custar R$ 335 mil aos cofres públicos, considerando-se todos os 54 deputados.

Como a maioria dos parlamentares está em campanha no interior do estado, foi grande a movimentação de assessores ontem na Casa na tentativa de protocolar o ofício solicitando desconto no salários dos deputados antes do fechamento do setor de protocolo, às 18 horas. Como o documento precisa da assinatura do parlamentar, vários deles procuraram a reportagem da Gazeta do Povo garantindo que abrirão mão hoje da parcela salarial referente aos dias de recesso.

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