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A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, negou nesta segunda-feira a acusação de fraude em uma licitação quando era secretária estadual de Minas e Energia do Rio Grande do Sul e acusou o jornal Folha de S.Paulo, que publicou reportagem com a informação, de usar de má-fé e ser parcial.

"Gostaria de fazer um protesto veemente contra a parcialidade do jornal Folha de S.Paulo. Eu fui julgada em todos os anos pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) ... Todas as minhas contas foram aprovadas, e essa informação não está na matéria" , disse Dilma a jornalistas, em tom irritado, durante ato de campanha na cidade de São Gonçalo.

"A matéria chega ao ponto de me acusar de eu ter feito um contrato em 1994 e depois a empresa ter feito outro em 2009. É a única acusação de futuro que eu já vi na vida, ou seja, a minha responsabilidade é porque dez anos depois fizeram o contrato com a empresa. Que história é essa?", questionou.

A candidata mostrou uma cópia da reportagem do jornal e, durante entrevista a jornalistas em um bar do calçadão de Alcântara, comentou o seu conteúdo. A presidenciável também leu o parecer do TCE sobre a aprovação das contas da época em que foi secretária de Minas e Energia no Rio Grande do Sul, cargo que assumiu em 1993 e depois novamente em 1999.

"Eu nunca tive uma conta rejeitada", disse. "É um absurdo e prova absoluta de má-fé", afirmou a candidata, que prometeu disponibilizar em seu blog as contas aprovadas.

"Meu objetivo é evitar esta distorção escandalosa cometida contra mim pelo jornal Folha de S.Paulo", acrescentou.

Reportagem desta segunda-feira do jornal afirma que auditorias feitas sobre a gestão de Dilma na secretaria gaúcha e na Federação de Economia e Estatística, entre 1991 e 2002, apontam favorecimento a uma empresa gaúcha que em 2008 venceu uma concorrência do governo federal no valor de 5 milhões de reais. Além disso, a reportagem fala que as auditorias apontaram ainda aparelhamento da máquina pública.

Casa Civil

Em resposta ao candidato do PSDB, José Serra, que a acusou de ser má administradora ou negligente na época em que ocupou o cargo de ministra-chefe da Casa Civil, ela disse que é impossível ter total conhecimento do que acontece dentro do ministério.

A Casa Civil tem sido alvo de denúncias nos últimos dias que levaram à demissão da ministra-chefe Erenice Guerra, sucessora de Dilma na pasta e braço direito da candidata petista quando ocupou o cargo.

"Não acredito que alguém saiba tudo que acontece na sua própria família e também não acredito que alguém saiba tudo o que acontece no governo dele, até porque eu tenho visto que o presidente da empresa Dersa sumiu com 4 milhões (de reais) da campanha dele (Serra)", disse.

No domingo, em meio a novas denúncias de tráfico de influência na Casa Civil, o diretor de Operações dos Correios, coronel Eduardo Artur Rodrigues, anunciou que deixaria o cargo.

Dilma disse não ter informações para comentar a saída de Rodrigues. "Eu não tenho como avaliar, não estou dentro do governo para ter acesso às informações."

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