O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu o papel de "escudo" para tentar evitar que os ataques feitos pelo candidato do PSDB à Presidência, José Serra, à adversária Dilma Rousseff (PT) contaminem a campanha, especialmente em São Paulo, e reduzam as chances de a candidata petista vencer o pleito no primeiro turno.
A reação rápida do presidente ao caso da violação e acessos de sigilos fiscais de pessoas ligadas ao PSDB é fruto de motivação própria, ainda que tenha sido discutida com a coordenação da campanha de Dilma. Partiu de Lula a decisão de gravar a inserção eleitoral em que compara os ataques de Serra à petista a um "filme que o Brasil já cansou de ver".
"Um candidato dispara nas pesquisas e aí começam as acusações sem provas. Dilma está sofrendo agora o que eu já sofri no passado", diz Lula no comercial de televisão veiculado ontem. Também afirma que "o brasileiro está mais maduro e não vai se deixar enganar", e que sabe "que Dilma é honesta e competente".
Lula ocupou, ontem à noite, mais de 20% do horário eleitoral de Dilma - foram 2 minutos e 15 segundos do total de 10 minutos e 38 segundos. "Não é fácil construir uma nação forte, justa e independente. Isso só pode ser feito por homens e mulheres livres, e não por aqueles que só pensam em destruir", disse, classificando de "baixaria" a campanha de Serra.
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