A Polícia Federal (PF) vai indiciar o jornalista Amaury Ribeiro Júnior no inquérito sobre violação do sigilo fiscal de políticos tucanos e da empresária Verônica Serra e seu marido, Alexandre Bourgeois, filha e genro de José Serra (PSDB).

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O delegado Hugo Uruguai, que dirige a investigação, pretende enquadrar Amaury com base no artigo 325 do Código de Processo Penal, parágrafo 1.º- incorre à mesma pena aplicada ao violador de sigilo funcional aquele que se utiliza do acesso restrito. A pena pode chegar a até seis anos de reclusão se "da ação ou omissão resulta dano a alguém".

A PF estuda ainda indiciar o alvo por corrupção ativa, artigo 333 - oferecer vantagem indevida a funcionário público. A sanção vai de 2 a 12 anos de prisão. Ontem a PF preparou nova intimação ao jornalista para depor pela quarta vez. Nas três primeiras vezes ele foi ouvido em declarações - ficou à vontade para dar sua versão dos fatos.

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As suspeitas da PF sobre a conduta de Amaury surgiram no início do inquérito, quando depôs o delegado aposentado Onézimo de Souza, que relatou ter participado de reunião em Brasília com integrantes da equipe de inteligência da pré-campanha de Dilma - entre eles Amaury. Segundo o delegado, o jornalista disse: "Eu tenho dois tiros fatais contra o Serra." Onézimo contou que Amaury teria sugerido "métodos ilegais" para bisbilhotar adversários políticos.

Defesa

Amaury divulgou ontem à tarde nota sobre o episódio. Ele negou as suspeitas que pesam sobre seu trabalho. Não indica se agiu a mando de alguém. A íntegra da nota: "Com relação às notícias veiculadas na imprensa nesta quarta-feira (ontem), o jornalista Amaury Ribeiro Júnior esclarece que jamais pagaria pela obtenção de dados fiscais sigilosos de qualquer cidadão e nega veementemente as acusações a ele atribuídas. O jornalista está à disposição da Polícia Federal e da Justiça para prestar quaisquer esclarecimentos."