Os dois principais candidatos ao governo do Paraná, Beto Richa (PSDB) e Osmar Dias (PDT), parecem ter escolhido o rádio para trocar ataques. Enquanto a propaganda eleitoral na televisão está mais propositiva, o tom no rádio esquentou de uma semana para cá. Ontem, o programa de Richa foi dedicado a "apresentar o verdadeiro Osmar Dias". Uma locutora leu uma lista de escândalos e a relacionou ao adversário, incluindo o confronto entre policiais militares e professores no governo de Alvaro Dias, em 1988; o caso "Ferreirinha", do falso pistoleiro na campanha de 1990; e o uso de passagem aérea do Senado pela filha de Osmar.
A causa do confronto é uma fala de Richa durante um evento em Apucarana, no Norte do Paraná. A equipe de Richa alega que na ocasião ele chamou de "laranja podre" um pequeno grupo de comissionados do governo que estaria distribuindo cartas caluniosas.
A declaração foi explorada por Osmar, com depoimentos de professores no rádio, que criticavam a afirmação do tucano. A equipe de Osmar também incluiu na propagada eleitoral no rádio, na semana passada, um trecho da fala do tucano contra professores, o que gerou um pedido de resposta a favor do tucano. Osmar perdeu ontem um minuto do programa no rádio transmitido ao meio-dia.
Reviravolta
Após as afirmações do programa de Richa feitas ontem, agora é a campanha de Osmar que pede na Justiça um direito de resposta. A equipe jurídica ingressou com a ação e requisitou que o tucano perca o tempo no rádio. Segundo Luiz Fernando Pereira, um dos coordenadores jurídicos, o programa do adversário manipulou e distorceu fatos. "De todos os ataques assumidos por ele [Richa], este [no rádio] foi o mais pesado", disse.
O juiz auxiliar eleitoral Juan Daniel Pereira Sobreiro concedeu ontem liminar para que um trecho do programa de rádio não seja mais vinculado. Ficaram proibidas as frases de que Osmar "nunca saiu em defesa dos professores" e de que "ficou solidário com o governo que espancou os professores". As afirmações referem-se ao confronto entre policiais militares e o governo, em 1988, no governo Alvaro Dias, tucano como Beto Richa.
O programa de Richa ontem no rádio também citou o caso "Ferreirinha", personagem que se passou, na campanha do então candidato Roberto Requião em 1990, por pistoleiro contratado a mando do opositor José Carlos Martinez. Na época, Osmar apoiava Requião.