O horário eleitoral no rádio dos principais candidatos na manhã desta terça-feira, 9, teve como temas centrais a Petrobras e o pré-sal. O candidato tucano, Aécio Neves, comparou o esquema delatado pelo ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa ao mensalão. Já Dilma Rousseff e Marina Silva discutiram o pré-sal e a política de conteúdo nacional. Dilma acusou Marina de querer tirar emprego dos brasileiros e a candidata do PSB rebateu dizendo que, em seu governo, o dinheiro do pré-sal será usado para a saúde e educação, "não para corrupção".
Aécio
O candidato do PSDB, Aécio Neves, explorou o suposto esquema de corrupção na Petrobras delatado pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa. Aécio ressaltou que Costa era "o principal diretor nomeado pelo governo do PT" e que está preso acusado de envolvimento em corrupção. "Depois do mensalão, agora vem essa história", afirmou Aécio.
O tucano criticou ainda a política econômica do governo e ironizou os que o chamavam de pessimista. Aécio disse que desde o ano passado alertava para o aumento da inflação e para o baixo crescimento do País. Segundo o candidato, só agora que corre o risco de perder a eleição, a presidente anuncia a saída do ministro da Fazenda, Guido Mantega. Para o mineiro, quando a política econômica do governo colocava em risco o emprego dos brasileiros, o governo não se mexia, mas agora que o emprego dos integrantes do governo está em risco, há a sinalização de mudança. "Mas trocar ministro já não resolve. É preciso trocar um governo que fracassou por um que funcione", concluiu Aécio.
Dilma
O programa de Dilma foi centrado na defesa do pré-sal e em críticas ao programa de governo de Marina, especificamente à autonomia legal do Banco Central e à menor atuação dos bancos públicos na economia. "Conheço Marina e posso dizer que ela não é uma pessoa mal intencionada, mas tem visões totalmente equivocadas sobre o Brasil. Ela tem propostas na área econômica que repetem alguns erros dos governos tucanos", disse a presidente. Segundo ela, só foi possível impedir que a crise internacional entrasse com força "na casa das pessoas" com a utilização dos bancos públicos. "Preservamos empregos e salários. No programa de Marina, prevaleceria a lógica financeira fria", disse.
Os locutores do programa também criticaram a candidata do PSB, dizendo que "fica feio para Marina ficar indo e voltando atrás no que ela disse", argumentando que ela agora diz ser a favor do pré-sal. A propaganda fez forte defesa do pré-sal, com a inserção de um discurso recente do ex-presidente Lula sobre o assunto. "Vou lutar com todas as minhas forças contra qualquer tentativa de atingir o pré-sal ou a Petrobras", disse Dilma.
O programa petista ainda acusou Marina de querer "tirar emprego do brasileiro para dar para o estrangeiro" quando propõe a revisão da política de conteúdo nacional do pré-sal. Neste ponto foi exibida uma entrevista com um trabalhador da indústria do petróleo dizendo que "todos estão assustados" com a intenção de Marina.
Marina
A propaganda de Marina respondeu parte das críticas do PT. O vice na chapa do PSB, Beto Albuquerque, afirmou que "não tem cabimento a propaganda do PT dizer que alguém é contra o pré-sal". "Quem põe em perigo o pré-sal é o governo atual, transformando a Petrobras em caso de polícia", disse. Segundo ele, no governo de Marina, a estatal vai "renascer".
No programa, Marina destaca os resultados do Índice de Desenvolvimento de Educação Básica (Ideb) e destaca a melhora de Pernambuco. Ela afirma também, no entanto, que, entre os Estados que mais melhoraram, quatro são governados pelo PSDB. A candidata também falou sobre o pré-sal. "No meu governo, os recursos do pré-sal serão usados para saúde e educação, e não para corrupção", salientou. Os locutores do programa ainda destacaram a experiência política de Marina como ministra do Meio Ambiente e senadora.
Pastor Everaldo
O programa do candidato do PSC, Pastor Everaldo, apresentou uma breve biografia do pastor, destacando sua pobreza na infância e o fato de ele ter sido aprovado em um concurso público para office boy com 14 anos. O candidato repetiu que usará o dinheiro que "some no ralo da corrupção" para criar o Ministério da Segurança Pública.
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