O penúltimo debate do primeiro turno das eleições presidenciais foi realizado na noite deste domingo (28), na TV Record. Com uma aparente trégua entre Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB), o tom do debate foi de crítica de todos os candidatos a Dilma Rousseff (PT).
Já a presidente decidiu partir para o ataque contra seus dois principais adversários, e chegou a usar o tempo de uma resposta para responder às críticas feitas pelos seis adversários presentes durante o debate.
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Assim como nos encontros anteriores, Dilma e Marina se escolheram como alvos preferenciais deixando Aécio em uma posição de coadjuvante. Já no primeiro bloco, Dilma criticou Marina por sua suposta incoerência usando a criação da CPMF, ainda no governo Fernando Henrique, como exemplo.
A presidente disse que, apesar de dizer que votou a favor do tributo, a candidata do PSB teria votado quatro vezes contra. "A senhora mudou de partido três vezes nos últimos quatro anos, mudou de posição sobre temas importantes em vários momentos", alfinetou. Ela criticou também as políticas econômicas do governo tucano, que teria "quebrado o Brasil três vezes".
Marina, em troca, bateu na política energética do governo Dilma, criticando a falta de planejamento do atual governo e a crise no setor do etanol. "O que precisa acabar é o improviso, tem que ter planejamento. Nos dois governos [do PT e do PSDB] tivemos o improviso no setor energético. O Brasil, que tem o maior potencial de geração de energia limpa, não faz seu dever de casa", criticou.
Ela negou, ainda, inconsistência em seus posicionamentos. "Tenho total coerência com as posições, não faço oposição por oposição, pois sei o que é melhor para o Brasil", disse. Marina também fez críticas às políticas de saúde do atual governo.
Já Aécio usou os escândalos da Petrobras para criticar a atual gestão. Ele disse que a empresa estaria "tomada por um grupo político" e que o atual governo tem "descompromisso com a profissionalização". "Não vamos privatizá-la, e sim reestatizá-la. Tirá-la das mãos de um grupo político", disse, questionado por Dilma se pretendia privatizar a empresa.
O tucano também criticou o discurso de Dilma na ONU, no qual declarou ser contra o bombardeio dos Estados Unidos ao grupo terrorista Estado Islâmico. "A presidente da República protagonizou um dos episódios mais desastrosos da política externa brasileira", disse.
Além dos três candidatos principais, também do debate Pastor Everaldo (PSC), Levy Fidélix (PRTB), Eduardo Jorge (PV) e Luciana Genro (PSol).
Polêmicas
Apesar do papel de coadjuvante na disputa, Fidélix protagonizou alguns dos momentos mais polêmicos do debate. Questionado por Luciana sobre a união civil igualitária, o candidato disse que "aparelho excretor não reproduz", e concluiu que era hora "da maioria se unir contra essa minoria" logo após a candidata do PSol citar o alto índice de violência contra o público LGBT. Em outra pergunta, o candidato disse temer que o país fosse "invadido por países bolivarianos".
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